O preconceito linguístico e seu impacto na interação de estudantes do Ensino Superior: um estudo de caso de uma universidade comunitária
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Data
2024-12
Autores
Orientador
Forneck, Kári Lúcia
Banca
Bublitz, Grasiela Kieling
Antunes, Aline Jéssica
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Resumo
Esta pesquisa se articula aos estudos sobre variação linguística e aborda, em particular, o preconceito linguístico na interação de estudantes em sala de aula, em uma universidade comunitária, do Vale do Taquari. O estudo fundamenta-se em autores como Labov (2008), Bagno (2009), Oliveira (2002), Fiorin (2002), Mollica (2007) e outros, no que diz respeito ao preconceito linguístico, que é uma discriminação e estigmatização que algumas variações linguísticas sofrem em relação à norma culta da língua. Nesse sentido, tendo em vista que o Rio Grande do Sul é um estado colonizado por imigrantes vindos da Alemanha e da Itália, há a presença de dialetos como o Hunsrückisch e o Talian, e, como indicam alguns estudos Aquino (2009), Jezuz e Gritti (2017) e Fritsch e Pereira (2018), os falantes desses dialetos são frequentemente alvos de discriminação. Considerando essas premissas conceituais, o objetivo deste trabalho foi verificar como o preconceito linguístico impacta na vida acadêmica de estudantes de graduação, a fim de identificar as dificuldades e barreiras que o preconceito impõe em relação à participação oral e ativa dos estudantes. Para realizar esta pesquisa, foi enviado um questionário estruturado aos estudantes, que buscou captar tanto experiências diretas e indiretas de preconceito linguístico quanto percepções dos alunos sobre a variação linguística e seus impactos no ambiente acadêmico, com adesão voluntária. Ao todo, foram obtidas 205 respostas, das quais 185 foram válidas. A análise foi realizada com base nas respostas ao questionário, que abordou tanto experiências diretas quanto percepções sobre preconceito linguístico, fazendo emergir duas categorias: a primeira foi denominada de Eu me sentia constrangida por falar diferente, em que analisamos os relatos de discriminação presenciados ou vivenciados pelos estudantes. E a segunda, intitulada Essa é a maneira como fomos ensinados a falar, em que abordamos as concepções dos acadêmicos em relação às variantes linguísticas da língua portuguesa. Com base nos resultados, foi possível observar que, embora haja certa conscientização sobre a diversidade linguística, atitudes preconceituosas ainda perpetuam a discriminação, afetando a participação acadêmica de falantes de variantes estigmatizadas. Ainda assim, 72% dos estudantes compreenderam a troca de pronúncia como uma variação linguística, e não como um erro, evidenciando uma percepção positiva sobre a diversidade linguística, mesmo diante de atitudes preconceituosas.
Descrição
Palavras-chave
Preconceito linguístico; Sociolinguística; Variação linguística; Interação acadêmica; Imigração
Citação
HENDGES, Karine. O preconceito linguístico e seu impacto na interação de estudantes do Ensino Superior: um estudo de caso de uma universidade comunitária. 2024. Artigo (Graduação) – Curso de Letras, Universidade do Vale do Taquari - Univates, Lajeado, 11 dez. 2024. Disponível em: http://hdl.handle.net/10737/4716.