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- ItemAcesso AbertoSombra e silêncio: dinâmicas de poder e subalternização em Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, e Solitária, de Eliana Alves Cruz(2024-12) Fell, Willian Cauã; Haetinger, Rosiene Almeida Souza; http://lattes.cnpq.br/4532364124473624; Cardoso, Rosane Maria; Hattge , Morgana DomênicaEste artigo explora as complexas experiências de mulheres subalternizadas retratadas no filme Que horas ela volta? (2015), de Anna Muylaert, e no romance Solitária (2022), de Eliana Alves Cruz. A partir das reflexões de Gayatri Spivak sobre a subalternidade, que emergem em diálogo com os debates decoloniais do final do século XX, a pesquisa investiga como essas narrativas revelam as dinâmicas de poder e marginalização enfrentadas por empregadas domésticas e mulheres negras. Com uma abordagem qualitativa e sustentada pela Análise de Conteúdo segundo Bardin (2011), o estudo examina os desafios impostos por racismo, sexismo e exploração trabalhista às protagonistas Val e Eunice. O embasamento teórico inclui uma revisão bibliográfica que situa as questões de subalternidade e a representação feminina no contexto brasileiro. Na conclusão, fica demonstrado como a resistência emerge em gestos de insubordinação e na preservação da memória pessoal, oferecendo novas perspectivas sobre as vozes subalternizadas. Assim, as obras não apenas denunciam opressões, mas também fomentam um diálogo crítico sobre desigualdade e justiça social, reforçando a urgência de transformação nas relações de poder.
- ItemAcesso AbertoPerformatividade e identidade de gênero: uma análise da identidade de Nick Nelson, de Heartstopper, à luz de Judith Butler(2024-12) Pereira, Thaila; Haetinger, Rosiene Almeida Souza; http://lattes.cnpq.br/4532364124473624; Klein, Ana Emília; Cardoso, Rosane MariaA série Heartstopper, de Alice Oseman, é uma graphic novel que explora identidade de gênero e sexualidade na literatura juvenil contemporânea. A trama acompanha Nick Nelson e Charlie Spring, alunos do ensino médio, cuja amizade se transforma em romance, abordando temas como autodescoberta e os desafios enfrentados por jovens LGBTQIAPN+. Este estudo analisa a construção da identidade de gênero de Nick a partir da Teoria da Performatividade de Gênero de Judith Butler, investigando como suas ações e interações refletem e desafiam normas sociais. A trajetória do personagem revela a fluidez da identidade e destaca a importância de narrativas autênticas na promoção da diversidade e inclusão. Heartstopper transcende o entretenimento ao funcionar como um espaço de reflexão sobre experiências LGBTQIAPN+, incentivando empatia e discussão crítica entre jovens leitores. Além de representar positivamente essa vivência, a obra oferece ferramentas valiosas para a educação ao abordar temas sensíveis e contribuir para debates acadêmicos. Conclui-se que a série amplia o diálogo sobre diversidade, ajudando na formação de uma sociedade mais justa e plural.
- ItemAcesso AbertoO que pode a literatura: a importância da leitura literária de clássicos na escola para a formação da pessoa sob a perspectiva dos professores(2024-12) Schmidt, Vitória Scherer; Haetinger, Rosiene Almeida Souza; http://lattes.cnpq.br/4532364124473624; Klein, Ana Emília; Cardoso, Rosane MariaO presente trabalho aborda a perspectiva de professores de literatura do Ensino Médio de uma cidade do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul/Brasil, a respeito da importância da leitura literária de clássicos na escola à formação da pessoa. O trabalho se configura numa abordagem qualitativa (Leopardi, 2002), cujos dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com sete professores de literatura do Ensino Médio. O desenvolvimento do trabalho contempla os teóricos literários que versam sobre o assunto e documentos educacionais legais em diálogo com as respostas dos professores entrevistados. “Clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer” (Calvino, 2023, p. 17), tendo um valor cultural muito grande e sendo importantes porque, ao lê-los, compreende-se melhor a si (Todorov, 2021). A partir dessa perspectiva, o presente trabalho ressalta a importância da escola no acesso ao clássico, dado que ela é um “espaço privilegiado” (Zilberman, 2003, p. 16) responsável por apresentar a cultura da literatura aos estudantes. Ainda, apesar de todos os professores compreenderem a importância do clássico à formação pessoal e trabalharem com ele, há alguns elementos que podem acometer um trabalho efetivo com a literatura, estes expostos nas considerações finais.
- ItemAcesso AbertoO ensino da língua portuguesa: uma análise de instrumentos de avaliação do 8º anos do Ensino Fundamental(2024-07-17) Fell, Letícia; Antunes, Aline Jéssica; http://lattes.cnpq.br/5285933039659410; Forneck, Kári Lúcia; Keller, Garine AndréaAs aulas de língua portuguesa estão em constante transformação, uma vez que muitos estudos demonstram que essa temática abrange uma quantidade significativa de competências essenciais para o desenvolvimento integral dos estudantes. Essas competências incluem, não apenas o domínio da gramática, mas também, a capacidade de interpretação e produção de textos, o desenvolvimento do pensamento crítico, a habilidade de comunicação oral e escrita, e a compreensão dos diferentes usos da linguagem em contextos variados. Seguindo essa perspectiva, esse estudo tem como objetivo verificar, em instrumentos de avaliação, o que está sendo proposto para estudantes do 8º ano do ensino fundamental em escolas da rede pública de um município do Vale do Taquari/RS. Para a realização dessa pesquisa, elaboraram-se três critérios norteadores para que as análises ocorressem de maneira efetiva. Foram exploradas, inicialmente, questões que envolvem saberes de compreensão e interpretação textual. Em relação às questões gramaticais, foram exploradas as estruturas e também o vínculo, ou não, com gêneros textuais. Já no último critério, verificou-se se a Base Nacional Comum Curricular é utilizada como referência de pesquisa para os professores no momento em que elaboram as provas. Ao desenvolver essa pesquisa, constatou-se que muitos desafios no ensino da língua portuguesa estão em processo de (des)construção. A análise dos instrumentos de avaliação foi considerada a partir das críticas teóricas sobre as provas, que muitas vezes não refletem todo o aprendizado construído pelos estudantes. Encontrou-se, portanto, nos instrumentos de avaliação analisados, em relação às atividades de compreensão e interpretação textual, muitas atividades de identificação de informações e poucas de inferenciação. Nas questões que envolvem saberes gramaticais, verificou-se que apenas 3 instrumentos trazem o texto como objeto de estudo e que a maioria dos exercícios estão vinculados a classificação e identificação dos conteúdos. Em relação à BNCC, constatou-se que o documento não costuma ser referência de pesquisa dos professores, já que a maioria dos exercícios não estão adequados conforme as propostas das habilidades. Para tornar o ensino da língua mais voltado a práticas sociais e culturais, é crucial que as escolas se envolvam ativamente na reformulação dos instrumentos de avaliação, priorizando métodos que valorizem a escrita e a criatividade dos alunos de forma significativa e completa.
- ItemAcesso AbertoDecolonializando a periferia: a resistência nas crônicas de José Falero(2024-07) Mayer, Joana Pires; Haetinger, Rosiene Almeida Souza; http://lattes.cnpq.br/4532364124473624; Klein, Ana Emília; Cardoso, Rosane MariaO presente artigo busca evidenciar a decolonialidade na obra Mas em que mundo tu vive?, do autor gaúcho José Falero, a partir da análise literária de quatro crônicas. Para isso, o estudo apresenta, primeiramente, um panorama teórico acerca de três pilares: a decolonialidade, segundo autores como Quijano (1992; 2007), Walsh (2012; 2013; 2019) e Maldonado-Torres (2007; 2018); o lugar de fala, conforme preceitos de Djamila Ribeiro (2020); e a resistência através da literatura, conforme estudo de Dalcastagnè (2012). A partir do referencial teórico, fez-se uma pesquisa bibliográfica, a qual teve por objetivo analisar as obras do referido autor, destacando seu caráter decolonial enquanto ferramenta de enfrentamento e resistência. Percebeu-se, ao final das análises, que o autor marginal-periférico estudado dá voz aos silenciados, fazendo-os superar, de certa forma, a colonialidade imposta aos sujeitos.