A alteridade na política pública de saúde e os migrantes: pontes de diálogo ou muros?

dc.contributor.advisor1Turatti, Luciana
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/5819588394882211pt_BR
dc.creatorMolinari, Daniela Da Rosa
dc.creator.latteshttp://lattes.cnpq.br/0825715527529422pt_BR
dc.date.accessioned2021-08-27T18:20:18Z
dc.date.available2021-08-27T18:20:18Z
dc.date.issued2020-11
dc.date.submitted2020-11-27
dc.description.abstractAs migrações acendem a multiculturalidade da sociedade, o encontro das diferenças, ao passo que desafiam os indivíduos, a sociedade, as políticas públicas para a relação do face a face, uma relação ética, de alteridade. Contudo, devido a presença de diferenças, o migrante é frequentemente visto com olhar de estranheza, discriminação, estigmatização e exclusão, o que agrava ainda mais a sua vulnerabilidade. Ao se estabelecerem nas cidades de instalação passam também a demandar o serviço público de saúde, pois durante o processo de mobilidade e adaptação sua saúde é afetada . Logo, o acesso à saúde pelo migrante implica em mudanças, dificuldades e desafios na política pública de saúde. Os espaços de saúde sendo espaços relacionais, dinâmicos, flexíveis, tendem a absorver as demandas da sociedade, como se dá no atendimento à população migrante, enquanto novos usuários do sistema de saúde. Assim, nos espaços de saúde além do encontro das diferenças, ocorre o encontro entre o eu (profissional de saúde) e o outro (migrante), um indivíduo com peculiaridades próprias de viver a vida, carregado de sofrimentos, anseios, angústias e vulnerabilidade, que demanda, acolhida, diálogo, afeto e responsabilidade, cabendo ao eu uma resposta. Considerando tal cenário, a presente tese parte do seguinte questionamento: de que maneira as práticas dos profissionais de saúde garantem a universalidade da saúde aos migrantes e estabelecem pontes de alteridade? Como objetivo geral busca-se analisar a presença da alteridade nas práticas dos profissionais da política pública de saúde durante o atendimento aos migrantes. Para dar vazão a tal propósito o estudo utilizou-se da pesquisa bibliográfica, documental e de campo. A pesquisa de campo, que envolveu acompanhamentos realizados junto ao ambiente de trabalho de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégia Saúde da Família (ESF) de um município de médio porte, no interior do Rio Grande do Sul e das visitas domiciliares realizadas junto com o Agente Comunitário de Saúde (ACS) aos migrantes, possibilitou vivenciar a rotina dos profissionais de saúde no atendimento e acolhimento dos migrantes na política pública de saúde, seus desafios e potencialidades, e ainda, observar como se estabelece a alteridade a partir de suas práticas de saúde, os comportamentos, falas, percepções, interesse e responsabilização pelos migrantes. Para além das observações e acompanhamentos, destacam-se aspectos importantes que emergiram no decorrer da pesquisa, o idioma enquanto principal dificuldade no atendimento da população migrante, o atendimento às gestantes migrantes e o relevante trabalho dos ACS na hospitalidade, no suporte social e inserção social do migrante. Por fim, entende-se que as práticas dos profissionais da política pública de saúde ao estabelecerem pontes de alteridade, garantem a abertura do eu para o outro, a universalidade da saúde, a hospitalidade, a acolhida, a responsabilidade pelo outro, o que torna os espaços de saúde inclusivos, uma vez que ocorre uma redução das desigualdades, e ainda o encontro com o apelo da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Tem-se assim que as pontes de alteridade conduzem a práticas de saúde humanizadas e acolhedoras, podendo assim ser vistas a partir da perspectiva do conceito da outridade do cuidado.pt_BR
dc.description.abstractMigrations ignite the multiculturalism of society, the meeting of differences, while they challenge individuals, society, public policies for the face-to-face relationship, and ethical, alterity relationship. However, due to the presence of differences, migrants are often seen with a look of strangeness, discrimination, stigmatization, and exclusion, which aggravates their vulnerability. When they establish themselves in the cities, they also start to demand public health services, because during the process of mobility and adaptation their health is affected. Therefore, access to health by migrants implies changes, difficulties, and challenges in public health policy. The health spaces, being relational, dynamic, flexible spaces, tend to absorb the demands of society, as is the case in serving the migrant population, as new users of the health system . Thus, in health spaces, in addition to the meeting of differences, there is a meeting between the self (health professional) and the other (migrant), an individual with peculiarities of living life, full of suffering, yearnings, anxieties, and vulnerability that demands, acceptance, dialogue, affection, and responsibility, leaving the self to answer. Considering this scenario, the present thesis starts with the following question: how do the practices of health professionals guarantee the universality of health to migrants and establish bridges of alterity? As a general objective, the aim is to analyze the presence of alterity in the practices of public health policy professionals when assisting migrants. To give an outlet to this purpose, the study used bibliographic, documentary, and field research. The field research, which involved follow-up in the work environment of Basic Health Units (UBS) and Family Health Strategy (FHS) in a medium-sized municipality, in the countryside of Rio Grande do Sul and home visits carried out together with the Community Health Agent (CHA) to migrants, made it possible to experience the routine of health professionals in the care and reception of migrants in public health policy, its challenges, and potential, and also to observe how alterity is established from their health practices, behaviors, speeches, perceptions, interest, and accountability for migrants. In addition to the observations and accompaniments, important aspects that emerged in the course of the research stand out, the language as the main difficulty in serving the migrant population, the care for migrant pregnant women and the relevant work of the CHA in hospitality, social support and social insertion of the migrant. Finally, it is understood that the practices of public health policy professionals when establishing bridges of alterity, guarantee the opening of the self to the other, the universality of health, hospitality, acceptance, responsibility for the other, which makes it inclusive health spaces, as inequalities are reduced, and also in line with the Agenda 2030's call for sustainable development . Thus, bridges of otherness lead to humanized and welcoming health practices, and can thus be seen from the perspective of the concept of otherness.pt_BR
dc.identifier.citationMOLINARI, Daniela Da Rosa. A alteridade na política pública de saúde e os migrantes: pontes de diálogo ou muros?. 2020. Tese (Doutorado) – Curso de Ambiente e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Taquari - Univates, Lajeado, 27 nov. 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/10737/2927. pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10737/2927
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.publisher.programPPGAD;Ambiente e Desenvolvimentopt_BR
dc.rightsopenAccesspt_BR
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/*
dc.subjectAlteridadept_BR
dc.subjectAgente comunitário de saúdept_BR
dc.subjectMigrantespt_BR
dc.subjectProfissionais de saúdept_BR
dc.subjectOutridade do cuidadopt_BR
dc.subjectAlteritypt_BR
dc.subjectCommunity health agentpt_BR
dc.subjectMigrantspt_BR
dc.subjectHealth professionalspt_BR
dc.subjectOther carept_BR
dc.subject.cnpqCBpt_BR
dc.titleA alteridade na política pública de saúde e os migrantes: pontes de diálogo ou muros?pt_BR
dc.typedoctoralThesispt_BR
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