TRADUÇÕES DO CONCEITO DE SAÚDE NOS PROCESSOS DE CUIDADO: PERSPECTIVAS DE PESSOAS COM CÂNCER

Autores

  • Emília Biato Universidade de Brasília - UNB
  • José Donato de Sousa Netto Universidade Católica de Brasília
  • Carolina Barbosa Carvalho do Carmo Universidade Católica de Brasília
  • Sílvia Portugal Universidade de Coimbra https://orcid.org/0000-0002-7044-7946

DOI:

https://doi.org/10.22410/issn.1983-0378.v45i2a2024.3944

Palavras-chave:

Tradução, Oncologia, Saúde, Letramento em saúde, Educação em Saúde

Resumo

Como materialização e expressão do conceito de saúde na dinâmica de vida das pessoas, o letramento em saúde é uma importante ferramenta e se apresenta como conhecimentos e capacidades das pessoas para acessarem, compreenderem e aplicarem diferentes informações acerca da saúde, de forma a poderem tomar decisões cotidianas que previnam doenças e ampliem sua qualidade de vida. Este texto propõe integrar, de uma forma exploratória, esta abordagem dos processos de letramento em saúde – especialmente dos modos de elaboração do conceito de saúde – num grupo de pacientes oncológicos, usuários do SUS. Para tanto, tomamos o tema do letramento em saúde em uma perspectiva específica: a noção de tradução de Jacques Derrida. E o fazemos a partir de uma escuta de elementos vivenciais associados à composição do conceito de saúde nas narrativas dos participantes. Foi realizado um estudo qualitativo por meio de entrevistas semi-estruturadas. Estas entrevistas foram analisadas com base no método otobiográfico. A análise – embora tenha ocorrido de forma circunscrita a um grupo reduzido de participantes – aponta pistas para um pensamento crítico acerca do letramento em saúde, visibilizando o valor de vivências que nutrem modos de conduzir a vida, de entender as dinâmicas de tratamento e de viver com qualidade. O olhar para o letramento em saúde a partir de processos tradutórios, entendidos como vias de fuga aos conceitos tomados de forma dogmática e absoluta, servem à apropriação criativa de conhecimentos e à abertura a processos de co-criação, por parte de profissionais de saúde e de usuários dos serviços.

Biografia do Autor

Sílvia Portugal, Universidade de Coimbra

Doutorada em Sociologia pela Universidade de Coimbra. Professora Auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). Investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES). O seu trabalho de investigação tem usado a teoria das redes para discutir as relações entre sistemas formais e informais de produção de bem-estar. Neste âmbito, tem pesquisado sobre a importância da família no sistema de protecção social português, dando especial destaque ao papel das mulheres. Os seus interesses de investigação e pesquisas mais recentes centram-se nas temáticas da deficiência e da doença mental. Editou em livro: Cidadania, Políticas Públicas e Redes Sociais (IUC, 2011); Doença Mental, Instituições e Famílias. Os desafios da desinstitucionalização em Portugal, com Pedro Hespanha et al. (Almedina, 2012); Famílias e Redes Sociais. Ligações Fortes na Produção de Bem-estar (Almedina, 2014); Experiência, Saúde, Cronicidade: um olhar socioantropológico, com Reni Barsaglini e Lucas Melo (FIOCRUZ/IUC, 2021) e A Saúde Reiventada: Novas perspectivas sobre a medicalização da vida, com Tiago Pires Marques (CES/Almedina, 2021).

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Publicado

27-12-2024

Como Citar

BIATO, Emília; NETTO, José Donato de Sousa; CARMO, Carolina Barbosa Carvalho do; PORTUGAL, Sílvia. TRADUÇÕES DO CONCEITO DE SAÚDE NOS PROCESSOS DE CUIDADO: PERSPECTIVAS DE PESSOAS COM CÂNCER. Revista Signos, [S. l.], v. 45, n. 2, 2024. DOI: 10.22410/issn.1983-0378.v45i2a2024.3944. Disponível em: https://univates.br/revistas/index.php/signos/article/view/3944. Acesso em: 23 jan. 2025.

Edição

Seção

Artigos