CRIMIGRAÇÃO, A IMMIGRATION AND CUSTOMS ENFORCEMENT E O “EXEPCIONALISMO AMERICANO”: UM ENSAIO CRÍTICO
DOI:
https://doi.org/10.22410/issn.2176-3070.v17i2a2025.4226Palavras-chave:
Crimigração, Excepcionalismo Americano, Immigration and Customs Enforcement, Securitização da Migração, Direitos HumanosResumo
O artigo analisa criticamente a relação entre o excepcionalismo americano, a criminalização das migrações (crimigração) e a atuação da agência Immigration and Customs Enforcement (ICE). A partir da retórica de Donald Trump em 2016, que associa imigrantes, especialmente latinos, ao crime, o texto argumenta que essa narrativa tem raízes históricas profundas nas políticas migratórias dos Estados Unidos.A ideia de “excepcionalismo” – a crença de que os EUA são uma nação moralmente superior e predestinada – fundamenta ações de exclusão tanto na política externa quanto interna, especialmente em relação à migração. Desde o Page Act de 1875 até as políticas pós-11 de setembro, o país construiu um aparato legal e institucional que trata migrantes como ameaças à segurança nacional. Com a criação do Department of Homeland Security e da ICE no governo George W. Bush, práticas como detenções administrativas e deportações sumárias se intensificaram. Tais medidas continuaram sob os governos Obama e Trump, evidenciando a consolidação de um regime de crimigração marcado por violações de direitos humanos, racialização e práticas de exclusão. O artigo conclui que as instituições migratórias estadunidenses permanecem fortemente influenciadas pela lógica do excepcionalismo. Tal lógica reforça a construção do migrante como “outro” indesejável, gerando tensões entre o discurso de defesa dos direitos humanos e as práticas domésticas de repressão, especialmente contra populações racializadas e provenientes do Sul Global.
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