FERNAND DELIGNY E A ÉTICA DOS DESVIOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22410/issn.1983-0378.v46i3a2025.4269

Palavras-chave:

Deligny, autismo, ética, sujeito, humano

Resumo

Partindo do pensamento e das práticas de Fernand Deligny queremos chegar a uma atitude ética que privilegie o desvio referente aos modos majoritários de existir, viabilizando formas de vida que não se submetam aos padrões que foram forjados a partir da estruturação de toda uma espécie, em torno do modelo do homem-que-nós-somos. A partir da reivindicação de um humano que não se confunde como a imagem que se formou depois de milênios de domesticação simbólica, as experiências de Deligny vem nos dar pistas a partir das quais podemos pensar um reposicionamento da espécie em um mundo em que seja possível a convivência comum de indivíduos para além de um modelo hegemônico e suas formas determinadas. Sua proposta implica uma ética, ao mesmo tempo, do distanciamento e da delicadeza, capaz de instaurar modos de existência que resistem à captura pela linguagem, abrindo espaço para formas de vida não submetidas aos modos hegemônicos de existência. Veremos como, ao afirmar uma atitude desviante, Deligny chega ao humano como condição de espécie, ou aquilo que precede e excede o sujeito da civilização e da cultura.

Biografia do Autor

Carlos Henrique Machado, FLUP - Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Doutor em Filosofia pela FLUP - Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigador no Aesthetics, Politics and Knowledge Group, do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto.

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Publicado

23-12-2025

Como Citar

MACHADO, Carlos Henrique. FERNAND DELIGNY E A ÉTICA DOS DESVIOS. Revista Signos, Lajeado, RS, v. 46, n. 3, 2025. DOI: 10.22410/issn.1983-0378.v46i3a2025.4269. Disponível em: https://univates.br/revistas/index.php/signos/article/view/4269. Acesso em: 29 dez. 2025.