A NOÇÃO DE METODOLOGIA DE ENSINO NA MEDICINA: DISCURSOS DO COBEM SOB UMA PERSPECTIVA ARQUIVÍSTICA
DOI:
https://doi.org/10.22410/issn.1983-0378.v46i1a2025.4196Palavras-chave:
educação, Metodologias ativas, arquivoResumo
Este artigo buscou os discursos sobre metodologias de ensino nos anais do Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM) entre 2010 e 2023, e como estes se apresentam no campo da educação médica brasileira. O problema de pesquisa que orientou o estudo foi:: de que modo os discursos em torno da noção de metodologia de ensino emergem no arquivo dos anais do COBEM, no contexto da formação médica no Brasil? O objetivo geral é problematizar as condições discursivas que possibilitam a emergência, legitimação e consolidação das metodologias ativas como procedimentos pedagógicos. Para isso, adotou-se uma abordagem arquivística, fundamentada em Michel Foucault e ampliada por Júlio Groppa Aquino, formando a partir do COBEM um arquivo. Foram analisados 378 trabalhos, selecionados por meio de triagem qualitativa a partir dos descritores: educação médica, metodologia de ensino e metodologias ativas. A análise identificou três agrupamentos discursivos: (1) a legitimação das metodologias ativas como dispositivos de responsividade social e política, (2) a centralidade do aluno e a dessubjetivação do professor, e (3) a validação tecnocientífica como condição para sua legitimação. Conclui-se que as metodologias ativas operam como tecnologias de saber-poder, inseridas em um dispositivo de governamentalidade que molda práticas, subjetividades e regimes de verdade na formação médica, articulando racionalidades políticas, epistêmicas e econômicas sob o paradigma da eficiência e da produtividade.
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