OS USOS DA EDUCAÇÃO PARA PAZ-CIDADANIA COMO MODELO PARA PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS COM POPULAÇÕES EMPOBRECIDAS EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES

Resumo

O presente artigo traz resultados da pesquisa que utiliza do modelo de Educação para Paz-Cidadania no desenvolvimento de práticas socioeducativas em regiões empobrecidas, tendo como base teórica o trabalho de autores como Xesús Jares e Paulo Freire. Tal modelo busca servir como possível forma de superação das formas de violência – direta, estrutural e cultural, conforme proposto por Johan Galtung – presentes no contexto histórico-social do Complexo do Salgueiro em São Gonçalo-RJ. O material de análise desta pesquisa foi construído a partir da escrita de diários de campo que relatam as visitas realizadas ao pré-vestibular da ONG Mulheres do Salgueiro durante o ano de 2018. Os diários de campo foram escritos com base na observação de campo a partir da fenomenologia de Edmund Husserl. Como resultados principais do trabalho, destacamos a possibilidade da realização da prática de uma educação não mecanicista nos ambientes de pré-vestibular, dando exemplos reais de como aliar os conteúdos programáticos com práticas socioeducativas que pensem no contexto dos alunos em questão. Outro ponto importante que podemos destacar é a possibilidade da maior visibilidade do contexto atual do Complexo do Salgueiro, em especial, relativo aos impactos da Intervenção Federal presente na segurança do estado do Rio de Janeiro em 2018. É nesse sentido que buscamos um projeto educacional para paz-cidadania: de não aceitação das situações de violência como naturais, buscando por meio da educação a consciência de sua existência, e assim objetivando sua eliminação: eliminação de desigualdades, repressões, abusos contra os direitos humanos de uma maneira geral.