AVALIAÇÃO DO RISCO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES EM CELÍACOS E SUA RELAÇÃO COM O ESTADO NUTRICIONAL E A RENDA FAMILIAR

Resumo

Indivíduos com Doença Celíaca (DC) podem apresentar maior suscetibilidade a risco de desenvolvimento de Transtornos Alimentares (TAs) devido ao constante controle e adesão rigorosa à dieta podendo refletir no estado nutricional. Avaliar o risco de TAs em indivíduos com DC e sua associação com o estado nutricional e a renda familiar. Pesquisa transversal, com 137 adultos com diagnóstico autorrelatado de DC, ambos os sexos, participantes de grupos e comunidades relacionadas a DC vinculados às redes sociais de todo o Brasil. A coleta de dados incluiu o questionário Eating Attitudes Test (EAT-26) para avaliar risco de TAs, dados autorreferidos de peso e altura para classificação nutricional e dados gerais. A análise estatística se deu por meio do Teste de associação Exato de Fisher, os resultados foram considerados significativos a um nível de significância máximo de 5% (p≤0,05). Verificou-se que 41,6% da amostra apresentava risco para TAs e 42,3% apresentavam sobrepeso/obesidade. Observou-se diferença estatisticamente significativa entre o estado nutricional de obesidade e a faixa de renda familiar entre R$ 1.200 e R$ 3.000, enquanto indivíduos com renda superior a esse valor foram mais frequentemente associados ao estado de eutrofia. Além disso, embora o sexo feminino e a faixa etária acima de 40 anos tenham demonstrado maior risco para o desenvolvimento de TAs, essa associação não apresentou significância estatística. Por fim, destaca-se uma prevalência relevante de risco para TAs, majoritariamente associada ao perfil nutricional de sobrepeso e obesidade. A renda familiar também mostrou-se relacionada à classificação do estado nutricional.