AS REPERCUSSÕES DA AMAMENTAÇÃO MAL-SUCEDIDA EM NEONATOS DESCENDENTES DE HAITIANAS NASCIDOS NA CIDADE DE LAJEADO/RS
DOI:
https://doi.org/10.22410/issn.2176-3070.v16i3a2024.3588Palavras-chave:
Amamentação, Neonatologia, ImigrantesResumo
Desde 2010 o Brasil passou a ser refúgio de imigrantes haitianos. Assim como outras cidades, Lajeado, no Rio Grande do Sul, virou destino para essa população. Por conta disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) precisou se adaptar para incluir e acolher esses novos cidadãos. Entretanto as diferenças socioculturais, os problemas na intercomunicação e o preconceito tornaram-se adversidades a serem solucionadas. Dentro desse contexto, gestantes haitianas integraram-se ao sistema de saúde, e juntamente com seus bebês tornaram-se usuários do sistema. Com esse ingresso, foi essencial que o pré-natal fosse realizado de forma completa, possibilitando uma gestação saudável e um parto ideal para o neonato, sem impactos para a saúde da mãe. No entanto, algumas questões envolvendo o aleitamento materno, baseadas em costumes e crenças socioculturais, como a síndrome do leite estragado, se tornaram relevantes neste grupo, corroborando, assim, com o possível desenvolvimento de patologias como icterícia, hipoglicemia neonatal e perda de peso excessiva nesses recém-nascidos filhos de haitianas. Dessa forma, essa pesquisa analisou as repercussões da amamentação malsucedida, durante as primeiras 48 horas, com o aparecimento desses sinais patológicos nos bebês descendentes de haitianas nascidos em um hospital de médio porte no interior do Rio Grande do Sul. Observou-se que a maioria dos recém-nascidos teve uma amamentação bem-sucedida. Dos 18 neonatos que apresentaram uma amamentação insatisfatória, 16 deles necessitaram de uso de fórmula láctea, e destes, 15 desenvolveram hipoglicemia. Em números menores (16,3%) também se percebeu a prevalência de índices de icterícia nesses neonatos. A perda de peso não foi observada de forma relevante, não podendo relacionar com a conduta de amamentação.
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