AVALIAÇÃO DO RISCO NUTRICIONAL DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL DO VALE DO TAQUARI – RS

Resumo

No ambiente hospitalar, a identificação dos pacientes com risco nutricional é imprescindível para o diagnóstico e definição da conduta nutricional eficaz para promover a recuperação do paciente desnutrido. Para a melhor precisão do diagnóstico nutricional, devem-se envolver diversos indicadores do estado nutricional, como avaliação antropométrica, análise bioquímica, fatores ambientais e observar a relação de um com o outro. Diante destes fatores, o cuidado nutricional pode ser afetado, levando a falta de avaliação nutricional e contribuindo para a desnutrição. O presente estudo teve como objetivo avaliar o risco nutricional de pacientes internados em um hospital do Vale do Taquari – Rio Grande do Sul e compará-lo a outros fatores relacionados à avaliação nutricional. Este estudo foi do tipo transversal, quantitativo e descritivo e avaliou uma amostra composta por 105 indivíduos internados no período de dezembro de 2019 a março de 2020. Para a avaliação nutricional dos indivíduos foi aplicada a avaliação de risco nutricional NRS-2002. Para avaliação antropométrica foi aferido o peso corporal e a altura e o IMC classificado de acordo com OMS (1998) para adultos e conforme Lipschitz (1994) para idosos. A circunferência da panturrilha foi aferida conforme OMS (1998). Dados gerais, como patologia de base, motivo da internação, idade, sexo, escolaridade, convênio de internação e exames bioquímicos (hematócrito e hemoglobina) foram retirados do prontuário eletrônico Tasy®. Os dados foram analisados através de tabelas, estatísticas descritivas e pelos testes estatísticos: Teste de Associação Qui-quadrado; Teste não-paramétrico de Mann-Whitney; Teste não-paramétrico Kruskal-Wallis. Os resultados foram considerados significativos a um nível de significância máximo de 5% (p≤0,05) e o software utilizado para esta análise foi o SPSS versão 22.0. A média de idade da amostra foi de 62,2±15,7 anos, onde 54,3% (n=57) eram do sexo feminino e 52,2% eram idosos. O IMC médio encontrado foi de 25,9±6,0 Kg/m² e a média obtida da circunferência da panturrilha foi 33,9±4,8 centímetros. Enquanto a média de hemoglobina foi 12,3±2,3 mg/dl e de hematócrito 37,6±6,4%. A patologia de base mais prevalente foi doenças cardíacas representando 46,7% (n=49) e o motivo de internação com maior ocorrência foi clínica com 28,6% (n=30). Verificou-se que a maioria dos pacientes internados não apresentava risco nutricional segundo a NRS-2002. A média da circunferência da panturrilha para pacientes com risco nutricional (n=20) foi de 29,9±4,7 centímetros. Quanto à avaliação de risco nutricional, 80% (n=16) dos pacientes idosos estavam com risco nutricional. Dos adultos, 63,2% (n=2) dos que foram classificados com IMC baixo peso também apresentavam risco nutricional. Os valores médios encontrados para hemoglobina ficaram dentro do preconizado para ambos os sexos. Já os valores de hematócrito para o sexo masculino e feminino ficaram abaixo da recomendação. Ao analisar dados como estes, reforça-se a importância da combinação de indicadores nutricionais na avaliação de risco nutricional em hospitalizados, uma vez que pode-se observar que a maioria destes pacientes eram idosos e apresentavam classificação de IMC baixo peso, bem como valores inferiores da circunferência da panturrilha, de hemoglobina e hematócrito.