Pesquisadores da Univates analisam ações de Educação Ambiental desenvolvidas em duas escolas do interior da Bahia

Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade do Vale do Taquari  Univates analisou as ações de Educação Ambiental (EA) desenvolvidas em duas escolas do interior da Bahia. O trabalho tem autoria de José Oliveira de Assis, Claudete Rempel e Mônica Jachetti Maciel. Eles explicam que a educação ambiental consiste nos processos em que o indivíduo, ou um grupo de pessoas, toma consciência de sua realidade global enquanto parte integrante do meio ambiente. O estudo, no espaço escolar, visa à formação de cidadãos conscientes sobre a preservação do meio ambiente, aptos a tomar decisões individuais e coletivas sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. 

O objetivo do trabalho, conforme os autores, foi analisar as ações de EA desenvolvidas em duas escolas do interior da Bahia. Para isso foram investigadas as atividades realizadas em algumas disciplinas com professores e alunos do Ensino Fundamental e Médio das escolas do interior do município de Ipirá, por meio da aplicação de um questionário. Com a pesquisa foi possível verificar que existe deficiência nas escolas em garantir uma formação adequada aos professores para que eles possam desenvolver, em sua prática docente educativa, os conteúdos de maneira integrada e associada, no sentido de promover uma nova tomada de direcionamento e conscientização acerca das questões ambientais. Os pesquisadores também perceberam que algumas ações, ainda que incipientes, são desenvolvidas.

Participaram do estudo alunos de duas escolas públicas da zona rural e da zona urbana e professores de diferentes área de atuação: Ensino Fundamental II - Língua Portuguesa, Redação, Matemática, História, Geografia e Ciências (Química e Física) e no Ensino Médio - Língua Portuguesa, Redação, Matemática, História, Geografia, Química, Biologia e Física. Os dados foram coletados no início de 2020, antes da paralisação mundial devido à pandemia da covid-19, após reunião prévia com as direções das escolas, que autorizaram a observação e a aplicação dos questionários. 

Outro instrumento de coleta de dados utilizado foi a observação não participante, realizada pelo pesquisador, nas duas turmas selecionadas. Essa observação se deu ao longo de uma semana, em pelo menos dois períodos de cada disciplina. A partir dos resultados do trabalho realizado, foi possível verificar mudança nas atitudes a partir da percepção do ambiente local, o que, segundo os pesquisadores, ressalta a importância desse tipo de trabalho dentro da escola, visando à necessidade de se pensar caminhos que favoreçam os grupo escolares a conhecerem os problemas do ambiente onde desenvolvem suas atividades. Além disso, o trabalho incentiva a reflexão sobre o meio em que estão inseridos, visualizando os possíveis espaços de atuação.

Percebe-se também, conforme a pesquisa, que a mudança de atitude em relação ao tratamento concedido ao meio ambiente, por meio da EA na escola, requer, entre outros fatores, uma reorganização no Projeto Político Pedagógico (PPP), priorizando ações de EA que devem ser desenvolvidas, de forma explícita, em alguns elementos constantes do PPP – matriz curricular, ementas, metodologia, sistema de avaliação, a inter-relação entre escola e comunidade. É possível mencionar, conforme indicam os pesquisadores, que as escolas observadas estão muito aquém do que tem sido recomendado nas diversas esferas internacionais diante das questões ambientais. Os pesquisadores concluíram que “os documentos oficiais que norteiam os rumos da prática pedagógica estão desatualizados e não priorizam as ações de EA”.