Foodômicas: novas perspectivas para a qualidade dos alimentos e a saúde pública

Embora estejamos avançando para a era das foodômicas, uma abordagem científica emergente que utiliza ferramentas da ômica, — como genômica, proteômica, transcriptômica, metabolômica e outras —, para entender os alimentos de maneira integrada, essa área já está trazendo grandes avanços na compreensão das interações complexas entre alimentos e saúde. Ao analisar a composição alimentar, incluindo nutrientes, metabólitos, proteínas e lipídios, as foodômicas oferecem novas perspectivas para melhorar a qualidade dos alimentos e promover a saúde pública. Trata-se de um campo multidisciplinar que não apenas investiga as funções biológicas dos componentes dos alimentos, mas também contribui significativamente para a segurança alimentar, ajudando na detecção de contaminantes, fraudes e autenticidade dos produtos, o que garante a proteção do consumidor.

Técnicas como espectrometria de massas e ressonância magnética nuclear, por exemplo, são usadas para mapear e caracterizar os componentes químicos dos alimentos, desde os nutrientes até compostos bioativos, como antioxidantes, vitaminas e proteínas. A proteômica, por sua vez, oferece uma visão detalhada sobre as funções e dinâmicas das proteínas, essencial para avanços na nutrição, saúde e desenvolvimento de novos medicamentos e alimentos mais saudáveis. Já a genômica ajuda a entender como os componentes genéticos dos alimentos, juntamente com a interação com o microbioma humano, influenciam nossa saúde, permitindo abordagens personalizadas para alimentação e nutrição.

Embora as foodômicas ofereçam benefícios significativos, também existem desafios. Seus prós incluem uma visão abrangente da composição dos alimentos, melhorias na segurança alimentar, no desenvolvimento de alimentos funcionais, na descoberta de moléculas ativas, na personalização da nutrição, na inovação da indústria alimentícia e na contribuição para políticas públicas de saúde. Por outro lado, os contras envolvem a complexidade das análises ômicas, custos elevados, dificuldades na interpretação dos dados, além de questões éticas e regulamentares.

Apesar dos avanços tecnológicos e analíticos proporcionados pelas foodômicas, que oferecem dados detalhados sobre perfis alimentares, a garantia de alimentos seguros e de qualidade continua dependendo das práticas tradicionais de fiscalização e da execução de ensaios laboratoriais rigorosos, como os realizados pelo Unianálises. Esses testes asseguram que os produtos alimentares estejam em conformidade com as normas sanitárias e livres de contaminantes. Portanto, enquanto as foodômicas podem revolucionar a forma como entendemos a alimentação, a fiscalização tradicional e as análises laboratoriais continuam essenciais para garantir a segurança alimentar e proteger a saúde pública.

 

Referência:

BALKIR, P., KEMAHLIOGLU, K., YUCEL, U. Foodomics: A new approach in food quality and safety. Trends in Food Science & Technology, v. 108, p. 49-57, 2021.