Detecção de patógenos causadores de mastite bovina
Hans Fröder e Anderso StievenO leite bovino é definido como o produto resultante da ordenha completa e contínua de vacas saudáveis, bem alimentadas e descansadas, sob condições de higiene rigorosas. De acordo com a legislação brasileira, o leite cru refrigerado deve ser integral, líquido, branco opalescente, homogêneo e apresentar sabor e odor característicos. Em 2023, de acordo com dados do MilkPoint, a captação de leite no Brasil atingiu 24,52 bilhões de litros, representando um crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. Esse aumento é atribuído ao aprimoramento nas técnicas de manejo do gado leiteiro e a investimentos voltados para a qualidade microbiológica do leite nas propriedades leiteiras.
A produção deve ser realizada em fazendas leiteiras adequadamente estruturadas, garantindo que o leite esteja livre de substâncias indesejadas, como inibidores microbianos, neutralizantes ou contaminantes. Em países desenvolvidos, por exemplo, a contagem de células somáticas (CCS) é amplamente utilizada como um indicador da qualidade do leite e das condições de higiene de produção. O monitoramento da CCS é crucial para avaliar a prevalência de mastite nos rebanhos, uma prática que ainda necessita de mais atenção no Brasil, especialmente no que se refere à detecção de bactérias patogênicas no leite cru refrigerado.
A melhoria da qualidade do leite cru depende de um monitoramento rigoroso dos parâmetros higiênico-sanitários e da implementação de práticas de manejo adequadas nas propriedades leiteiras. A identificação precisa dos patógenos responsáveis pela mastite, juntamente com o controle eficaz da CCS, é fundamental para a produção de leite seguro e de alta qualidade, fatores essenciais tanto para a saúde pública quanto para a competitividade no mercado de lácteos.
A mastite é um dos maiores desafios na cadeia produtiva do leite, resultando em prejuízos econômicos significativos, redução da qualidade do leite e, em casos graves, podendo levar ao sacrifício de animais. Estudos indicam que patógenos como Staphylococcus aureus e Escherichia coli são comumente encontrados no leite cru, comprometendo a qualidade do leite e dos produtos derivados. Portanto, o controle da CCS e da contaminação microbiana é indispensável para garantir a qualidade e a segurança do leite, especialmente em um cenário de crescente competitividade internacional.
Um estudo de revisão conduzido por Almeida (2020) identificou 13 gêneros e 19 espécies de micro-organismos causadores de mastite no Brasil, com destaque para Streptococcus spp. e Staphylococcus spp. Esses patógenos, comuns no leite cru, reforçam a necessidade de monitoramento contínuo da saúde animal e da qualidade do leite. A CCS elevada, frequentemente associada à mastite subclínica, pode degradar componentes do leite, comprometendo sua qualidade e vida útil.
A identificação precisa dos patógenos envolvidos na mastite permite tratamentos mais eficazes, redução da incidência de animais infectados e um melhor controle da CCS. Além disso, essa prática pode facilitar a obtenção de subsídios fiscais em projetos como o Programa Mais Leite Saudável. Nesse contexto, a disponibilidade de métodos precisos e rápidos para a identificação dos agentes causadores da mastite é uma ferramenta essencial para a melhoria das práticas nas propriedades leiteiras.
O Unianálises disponibiliza a identificação de patógenos causadores de mastite utilizando a técnica de PCR, que abrange 14 micro-organismos associados à mastite bovina. Esse teste permite a detecção precisa do DNA específico de cada micro-organismo, categorizando-os em dois grupos: patogênicos (alto risco) e ambientais ou indicadores de contaminação fecal (baixo risco). Com essas informações, é possível otimizar tanto o tratamento quanto o manejo do rebanho, resultando na redução dos custos e do tempo necessário para o tratamento dos animais.
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Referência:
Almeida, P. V., Neto, A. C., de Souza Figueiredo, E. E., & Carvalho, R. C. T. (2020). Micro-organismos isolados de mastite bovina e em leite cru no Brasil. UNICIÊNCIAS, 24(1), 58-64.