Três representantes de uma pesquisa vinculada ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Taquari - Univates participaram do V Congreso Internacional de Vivienda Colectiva Sostenible, realizado, de 15 a 19 de novembro, na Pontificia Universidad Católica del Ecuador (PUCE).

Durante o evento, Bárbara Delazeri, Bruna Ruthner e a coordenadora do projeto de pesquisa “Da Cidade à Moradia: resiliência urbana frente à crise climática”, professora Jamile Weizenmann, divulgaram os resultados do estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Bárbara, Bruna e Jamile atuam no Escritório Modelo de Arquitetura (Emau) da Univates.

O trabalho apresentado evidenciou os desafios relacionados ao acesso à moradia digna e ao direito à cidade após as inundações que atingiram o Rio Grande do Sul, especialmente a região do Vale do Taquari, em 2023 e 2024. O estudo analisou os efeitos dos eventos climáticos extremos nas áreas habitacionais de sete municípios do Vale do Taquari, buscando compreender as vulnerabilidades existentes, as respostas adotadas e as soluções possíveis no âmbito do planejamento territorial para o fortalecimento da resiliência urbana frente à intensificação da crise climática.

O evento ocorreu na cidade de Quito, que por si só já expressa os desafios e as potencialidades debatidas no Congresso. Durante os quatro dias de programação, Bárbara, Bruna e Jamile assistiram a palestras de arquitetos como Josep Maria Montaner e Zaida Muxí e refletiram sobre o papel social da arquitetura, que deve ser inclusiva, sustentável e centrada no cotidiano das pessoas. As conversas e as trocas de experiências com especialistas, acadêmicos e membros de organizações sociais de diferentes países foram fundamentais para a compreensão dos desafios urbanos e habitacionais da América Latina. Ficou claro que, apesar das diferenças culturais e institucionais, é possível avançar na construção de soluções adequadas às especificidades de cada contexto.

Bárbara, Bruna e Jamile também aproveitaram para conhecer alguns pontos turísticos de Quito. Elas visitaram o centro histórico da cidade (o primeiro do mundo a ser declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco), o Complexo Mitad del Mundo (onde se localiza o marco da Linha do Equador), o teleférico, a Virgem de El Panecillo, o Parque La Carolina, o Mercado Artesanal La Mariscal e alguns museus, incluindo o Centro de Arte Contemporânea.

A participação da Univates no Congresso reafirmou o compromisso da Instituição com a inovação e a sustentabilidade por meio da difusão da pesquisa e da troca de novos saberes. Foi uma oportunidade para fortalecer parcerias estratégicas, trazer novas ideias para qualificar as ações e projetos do Emau (que atua com viés social no desenvolvimento regional) e divulgar o que está sendo realizado em pesquisas voltadas à reconstrução dos municípios gaúchos mais afetados pelos eventos climáticos extremos, por meio da elaboração e revisão dos Planos Diretores, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano do Estado do Rio Grande do Sul (Sedur/RS).

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“Foram dias intensos, marcados por um ambiente fértil de trocas e aprendizagens, que reafirmaram a relevância do compartilhamento de experiências para o avanço das reflexões sobre o acesso à moradia digna e ao direito à cidade. Participar do evento foi fundamental para fortalecer nossas lutas coletivas e, sobretudo, para lembrar que não caminhamos sozinhos. Integramos uma rede ampla de profissionais comprometidos com a construção de cidades mais justas, inclusivas e acessíveis. A convivência e o diálogo com pesquisadoras, pesquisadores e agentes sociais que tanto admiro ampliaram horizontes e trouxeram novos sentidos ao trabalho que realizamos no Vale do Taquari.” - Bárbara Delazeri é arquiteta e urbanista, atua no Emau e é voluntária na pesquisa. 

“Acredito que eventos como esse nos proporcionam o intercâmbio de conhecimento e nos transformam culturalmente. É nesses locais que temos a oportunidade de mostrar o que estamos desenvolvendo na Instituição como profissionais da Arquitetura e Urbanismo, de compreender que temos desafios semelhantes e que podemos pensar em soluções conjuntas que agregam à toda América Latina. Para mim, urbanista e pesquisadora, a experiência de Quito foi como renovar um anseio por mudança das nossas cidades que carrego comigo desde a graduação. A vivência também me mostrou novas perspectivas de resiliência, habitabilidade e ensino da Arquitetura e Urbanismo.” - Bruna Zanoni Ruthner é arquiteta e urbanista, atua como coordenadora técnica da equipe Reconstrução do Vale do Taquari nos Planos Diretores e é voluntária na pesquisa.

“Estar em espaços como o Congresso em Quito permite ressignificar a prática docente reconhecendo exemplares de intervenção urbana e de arquitetura extremamente potentes na América Latina. Foi possível perceber, pelos casos apresentados, que a situação habitacional em termos de qualidade é muito semelhante no contexto latino-americano em geral. Isso impulsiona um movimento coletivo como pesquisadores e educadores na busca por soluções sustentáveis para nossas cidades.” - Jamile Weizenmann é arquiteta e urbanista, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Univates, coordenadora da pesquisa e coordenadora do Emau.