Diário de
Bordo

Sei que pode parecer clichê, mas é a mais pura verdade o que vou dizer agora: fazer um intercâmbio sempre foi um sonho para mim! Ainda quando estava no ensino médio, já pensava que quando estivesse na faculdade faria um intercâmbio. Dessa forma, quando tive a chance de realizar meu sonho, conhecer um novo país e viver a experiência a qual tanto queria, agarrei a oportunidade com todas as forças e fui viver essa aventura.

Fazendo um breve resumo, o início dessa jornada foi bastante difícil. Cheguei em Barranquilla, uma linda cidade da costa caribenha, na Colômbia, tive aquele choque e me perguntei “o que eu estou fazendo aqui?”. Eu era a única brasileira, não dominava fluentemente o espanhol e iria ter que viver os próximos quase cinco meses com pessoas que eu nunca tinha visto antes na vida. Sim, uma coisa eu garanto, é preciso bastante coragem e persistência para sair da zona de conforto e ir enfrentar uma nova vida, em um novo país, com uma cultura, pessoas e idioma diferentes. Mas era o meu sonho, então pensava que tudo valeria a pena. E de verdade, afirmo com todas as letras que valeu.

Cada medo e cada desconforto que senti, porque sim, o desconhecido assusta, e muito, foram incomparavelmente pequenos se analisados com tudo que vivi na Colômbia. Depois que a gente vai se acostumando, tudo se encaixa e fica simplesmente perfeito, e cada vez mais, para mim, fazia o total sentido estar naquele lugar, vivendo todas aquelas novas experiência, aprendendo o tempo todo com intercambistas de outros países e com as pessoas locais, justo naquele momento.

Ah, sobre os outros intercambistas, juro, com eles todos os momentos difíceis ficavam mais fáceis. A gente construiu uma linda família latino-americana, composta por pessoas do Paraguai, México, Peru e Brasil.

Eu nunca conseguirei explicar em palavras o quão feliz fui, o quanto aprendi e o quão grata sou pelas conexões que fiz com diferentes pessoas de todo mundo, inclusive com brasileiros que conheci por lá (parece até ironia né, ter que sair do Brasil para conhecer brasileiros). Ah, quando eu encontrava um brasileiro a alegria no coração era garantida, aquela sensação de “gente como a gente”, sabe?!

Para finalizar, conto para vocês que além da nossa família de intercambistas, eu tive o prazer de conviver e fazer amizades com vários colombianos, de diferentes partes, até porque a gente viajou bastante e conheceu muitas pessoas incríveis ao longo do caminho, tanto colombianos como turistas e outras pessoas de países diversos.
O intercâmbio foi lindo, a experiência engrandecedora e a aventura inesquecível.

Agora o que resta é a saudade de todos os lindos momentos vividos e a vontade de voltar no tempo e viver mais um pouquinho dessa loucura. Arrisco em dizer que o mais irônico de tudo isso é que tanto o começo, quanto o fim dessa jornada são por vezes difíceis e dolorosos. Quem diria que eu choraria na despedida das pessoas que no início de tudo eram completos estranhos para mim? Pois é, a vida tem dessas, e eu acredito que são essas ironias que fazem tudo ser mais lindo.

Estou extremamente feliz e orgulhosa por ter tido coragem de embarcar sozinha nessa aventura, realizar meu sonho e enfrentar todos meus medos. Ademais, sigo muito agradecida por todas as coisas boas que resultaram dessa experiência (experiência essa que superou qualquer expectativa), como conhecimento, amizades, conexões, fluência em um novo idioma, desenvolvimento profissional, muito desenvolvimento pessoal, entre outros. O intercâmbio abre horizontes, nos dá vida e nos faz querer viver e aproveitar mais cada segundo. Além de uma oportunidade de estudar fora, o intercâmbio é uma experiência de vida, e com toda a seguridade do mundo posso dizer que foi uma das melhores que já vivi.