Celso Vecchione, fundador da banda Made in Brazil, morre aos 74 anos

A morte do músico paulistano Celso Vecchione (27 de abril de 1949 – 21 de outubro de 2023) silencia um dos mais referenciais toques de guitarra dos anos 1970, década que “roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido”, como sentenciou Rita Lee (1947 – 2023) na letra do rock Orra meu (1980), aludindo ao fato de o rock estar marginalizado e alijado do mainstream naquela época.

A bem da verdade, Celso Vecchione foi um mocinho e guitarrista virtuoso nestes tempos heroicos. Pioneiro, Celso fundou em 1967 a banda de rock Made in Brazil com o irmão Oswaldo Vecchione, no bairro paulistano da Pompeia, situado na mesma região da cidade de São Paulo (SP) em que veio ao mundo o grupo Os Mutantes.

Foi Oswaldo quem anunciou em rede social a morte de Celso Vecchione, aos 74 anos. O artista morreu na noite de ontem, 21 de outubro, de causa não revelada por Oswaldo.

Desde 1967, a banda Made in Brazil sofreu sucessivas mutações – consta que mais de 200 – sem nunca ter saído de cena. Pela banda, teriam passado 126 músicos de 1967 até este ano de 2023.

Contudo, Celso Vecchione nunca saiu da banda que manteve hasteada a bandeira do rock brasileiro na cena underground brasileira ao longo dos anos 1970, década em que o grupo lançou três álbuns – Made in Brazil (1974), Jack, o estripador (1976) e Pauliceia desvairada (1978) – que se tornaram históricos com o passar do tempo. Um quarto álbum, Massacre, foi gravado pela banda nessa década áurea, em 1977, mas, com lançamento vetado pela censura, o disco somente chegaria ao mundo em 2005.

Grande guitarrista cujos solos influenciaram gerações de roqueiros brasileiros, Celso Vecchione manuseava com maestria uma guitarra da marca Gibson de tom dourado, mas também tocava violão, baixo e teclados.

Ao lamentarem a morte do músico, amigos e músicos o caracterizam como herói da guitarra e do rock brasileiro, fazendo justiça a Celso Kim Vecchione.

Fonte: g1.globo.com/pop-arte