As 5 melhores trilhas sonoras do lendário Vangelis
Nesta quinta-feira (19), o mundo foi pego de surpresa pela notícia do falecimento de Vangelis, um dos maiores compositores da história e responsável por uma verdadeira revolução nas trilhas sonoras de filmes.
O músico grego morreu na terça-feira, 17 de Maio, em um hospital em Paris em decorrência de uma parada cardíaca enquanto recebia tratamento para a COVID-19. É claro que sua perda será muito sentida, mas sua obra segue muito viva e influenciou toda uma estética que segue muito em alta mesmo décadas depois de ser lançada ao mundo.
Pensando nisso, separamos as 5 obras essenciais da carreira do compositor e você embarca nessa jornada conosco logo abaixo!
Alexandre (2004)
Apesar de não ser universalmente aclamada, a trilha sonora de Alexandre foi o último grande trabalho de Vangelis para o cinema e passou por um processo de composição pra lá de curioso, que vale a pena ser citado.
Ao explicar como fazia para escrever “músicas de época”, o grego acabou fazendo logo um baita discurso sobre o poder da música e o quanto a nossa própria mente é capaz de nos levar por lugares inimagináveis:
Eu tentei me lembrar de como era viver naquela época, estar ali. Ao mesmo tempo, eu preciso falar a linguagem musical que é compreensível hoje, porque estamos nos dirigindo a milhares, milhões na plateia. […] Você pode dizer que eu compus a partir da minha memória, que é a coisa mais importante para todos nós. […] Quando você fecha os olhos e se disponibiliza a isso, você realmente consegue lembrar e imaginar certas coisas. E todos esses sabores étnicos, musicais vão vir até você. É a linguagem universal da música.
Que demais, né?
1492 – Conquista do Paraíso (1992)
Em questão de sucesso, é incontestável que o tema de 1492 – Conquista do Paraíso se tornou o maior hit de Vangelis. A faixa é a mais ouvida dele em todos os serviços de streaming e, curiosamente, não é tão associada ao grego quanto “Carruagens de Fogo”, por exemplo.
Isso talvez tenha acontecido pelo sucesso “tardio” da canção, até pelo fato de que o filme de Ridley Scott não rendeu tanto quanto outros de seus grandes clássicos. Mas em 1995, cerca de três anos após o lançamento original, a faixa se tornou extremamente popular no circuito de boxe graças ao lutador Henry Maske, que virou campeão mundial, e a trouxe de volta à tona, ainda que o disco completo não tenha tido o mesmo sucesso.
Até hoje, é usada em diversas ocasiões quando se busca uma trilha sonora épica e é instantaneamente reconhecível, com sua mistura de elementos eletrônicos e orquestrais que dialogam de uma forma totalmente única.
Opéra Sauvage (1979)
Possivelmente a trilha mais subestimada de Vangelis é a de Opéra Sauvage, que ilustrou o filme de mesmo nome do diretor Frédéric Rossif. Apesar de tudo, foi o segundo álbum mais bem-sucedido do grego nas paradas americanas, atingindo o 42º lugar (!) e surpreendendo muita gente.
O grande destaque aqui é pela instrumentação mais “eletroacústica”, que une dois elementos tão distintos de um jeito bem único. Isso é exemplificado muito bem em “Flamants Roses”, faixa que conta com a participação de ninguém menos que Jon Anderson, lendário músico do Yes, na harpa. Outras canções como “L’enfant” e “Chromatique” também se destacam na obra.
Blade Runner (1982)
Considerado pioneiro em diversas frentes, Blade Runner também contou com uma trilha sonora absurdamente marcante graças a Vangelis. O longa de Ridley Scott é, até hoje, aclamado por muitos como o melhor trabalho do músico grego pela vasta quantidade de faixas emblemáticas, indo desde o inesquecível “Love Theme” até outras como “Rachel’s Song” e a própria música dos créditos finais.
Não à toa, foi indicado para grandes prêmios da indústria, como o Globo de Ouro e o BAFTA, mas surpreendentemente acabou nunca levando, ainda que tenha sido tão influente ao levar a estética noir a um público diferente, mais ligado ao sci-fi.
Carruagens de Fogo (1981)
Talvez a música mais épica da história, levando tudo em conta, seja o inesquecível tema de Carruagens de Fogo assinado por Vangelis, que foi escolhido para o trabalho em grande parte por conta da admiração do diretor Hugh Hudson com o que ele fez em Opéra Sauvage.
Tocando todos os instrumentos e usando primordialmente um sintetizador Yamaha CS-80, o grego trouxe uma verdadeira revolução ao mundo das trilhas sonoras ao adicionar novas camadas de texturas e praticidade para a indústria, comprovando de uma vez por todas a importância do músico.
O tema do filme também ficou marcado, claro, por seu uso constante em eventos esportivos — como nas Olimpíadas de Londres, em 2012, quando tocava ao final de cada disputa de medalha de ouro.