De graça e online, festival apresenta filmes sobre índios e ditadura
Com transmissão gratuita e online, a 16ª CineOP — Mostra de Cinema de Ouro Preto começa nesta quarta-feira (23) e vai até o dia 28. São 118 filmes (32 longas, seis médias e 80 curtas). Todos estarão disponibilizados no site cineop.com.br.
A programação é estruturada de acordo com três temáticas: preservação, história e educação. Segundo os curadores Francis Vogner dos Reis e Cleber Eduardo, as obras da Mostra Contemporânea "dialogam, de alguma forma, com o passado para reconfigurar questões do presente — através do uso de documento, memória, perspectivas ou reflexões afetivas".
Os longas foram divididos em quatro eixos. "Indígenas e as imagens: entre o passado e o presente" reúne O Índio Cor de Rosa Contra a Fera Invisível: A Peleja de Noel Nutels, de Tiago Carvalho; Kunhangue Arandu: A Sabedoria das Mulheres, de Alberto Alvares e Cristina Flória; e Xadalu e o Jaguaretê, de Tiago Bortolini de Castro e codireção de Ariel Kuaray Ortega. Este último é um documentário produzido no Rio Grande do Sul: acompanha o intercâmbio entre o artista urbano Xadalu e o cineasta da etnia Mbya-Guarani Ariel Kuaray Ortega.
O eixo "Os espaços e os vestígios da história" conta com Muribeca, de Alcione Ferreira e Camilo Soares; Mata, de Fábio Nascimento e Ingrid Fadnes; e A Senhora que Morreu no Trailer, de Alberto Camarero e Alberto de Oliveira.
No caso do eixo "Passado em investigação", a ditadura militar é o tema central. Os filmes são Golpe de Ouro, de Chaim Litewski, sobre a espoliação de recursos naturais; A Trilha dos Ratos, de Macelo Felipe Sampaio, que rememora a busca por um ex-oficial nazista foragido no Brasil; e Operação Camanducaia, de Tiago Rezende de Toledo, documentário que reconstitui um episódio ocorrido em 1974: policiais de São Paulo (SP) prenderam 93 crianças e adolescentes acusados de pequenos delitos. Eles foram despidos, espancados e jogados em um barranco perto da cidade de Camanducaia, no interior de Minas Gerais. Apenas 41 deles apareceram na cidade na manhã seguinte, machucados, nus e esfomeados, invadindo bares e restaurantes. Não se sabe o paradeiro dos outros 52.
Fonte: GZH