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Notícias

17 Fevereiro de 2021

Gal Costa lança disco com participações como Tim Bernardes e Criolo

A ideia veio um pouco antes do advento do novo coronavírus, mas a concretização de “Nenhuma Dor”, novo disco de Gal Costa – que desembarca hoje nos sites e lojas, em formato de CD e LP – se deu mesmo durante o período de quarentena. “Eu estava com saudades de cantar, saudade dos palcos. Então, ir para o estúdio acabou sendo uma alegria para mim”, diz Gal, em entrevista a O TEMPO, referindo-se a um dos poucos momentos em que deixou o seu recanto – naturalmente, cercada de todos os cuidados. “Na verdade, normalmente eu já sou mesmo uma pessoa muito caseira, agora, quando é por obrigação (ficar em casa), não é legal. Mas, sim, eu fiquei todo esse tempo sem sair, me cuidando e respeitando o isolamento”, ressalta. 
 
“Nenhuma Dor” entra em cena no formato físico com a chancela da gravadora Biscoito Fino. Mas quem acompanha com afinco a trajetória da artista sabe: desde o dia 13 de novembro, Gal Costa já vinha, semanalmente, liberando algumas faixas do álbum nas plataformas de streaming, então no bojo do projeto “Gal 75”, referência à idade que ela completou em 26 de setembro do ano passado. “O impacto de lançar uma canção sempre vale muito. Quando a gente lançava os álbuns em vinil, sempre tinha uma ou duas faixas que se destacavam. Eu acho que o álbum físico, inteiro, continua sendo importante – tanto que vamos lançá-lo também em vinil. Mas a importância de uma música ser lançada antes, de criar a curiosidade nos fãs, é importante também”, argumenta ela. 
 
Em ordem alfabética, foram dez os artistas convidados: do Brasil, Criolo, Rubel, Rodrigo Amarante, Seu Jorge, Silva, Tim Bernardes, Zé Ibarra e Zeca Veloso; de fora, o português António Zambujo e o uruguaio Jorge Drexler. “A escolha (desse time) foi feita a duas mãos. A ideia do projeto foi do (diretor artístico) Marcus Preto, e ele foi trazendo as sugestões das músicas e das participações”.  Com alguns, ela já havia se esbarrado profissionalmente (Silva, Tim Bernardes, Criolo, Rubel e Zeca Veloso), com os outros, foi um début. “Mas já conhecia o trabalho de todos deles, gosto muito da trajetória deles. Este é um disco muito democrático, cada um deles deu uma cara nova para a canção, e isso foi muito positivo. Estivemos conectados, mesmo distantes”, diz, acrescentando que cada convidado produziu e fez os arranjos da sua faixa. “O que me deixou mais emocionada e agradecida foi que todos cantaram no meu tom”. 
 
A opção de Gal Costa por mostrar músicas abalizadíssimas de seu repertório – como “Paula e Bebeto” e “Baby” – em novas roupagens veio também da constatação de que lançar um disco de inéditas, em meio à pandemia, seria uma iniciativa meio fora do esquadro. Não por outro motivo, ela diz que nunca pensou em transformar esse trabalho em algo de carreira. “Foi um disco gravado durante a pandemia, para levar alegria ao público. Neste momento tão difícil que estamos passando, percebemos que a memória afetiva de algumas músicas antigas estava levando acalanto às pessoas”.  
 
E qual seria, entre essas canções que ela revisita, a que evocou com mais força a sua própria memória afetiva? “Eu realmente gostei do resultado de todas as canções. Cada uma tem uma particularidade, uma emoção diferente. Mas ‘Só Louco’, por exemplo, eu confesso que gosto mais dessa versão do que a que gravei no disco antigo. E ‘Nenhuma Dor’ também é especial por ter sido escolhida como o título do álbum, já que a letra tem tudo a ver com o que estamos vivendo hoje”. Gravada com Zeca Veloso, a música do pai dele, Caetano sobre poema de Torquato Neto (1944- 1972) diz: “É preciso, ó doce namorada/ Seguirmos firmes na estrada/ Que leva a nenhuma dor”. 
 
Disco na praça, a baiana conta que com toda a certeza fará a turnê desse trabalho assim que for viável. "Assim que estivermos todos vacinados e seguros, eu levo esse show para os palcos. Estou com saudades da energia do público. Mas agora o importante é cuidar de si e dos outros”, pontua ela, confessando acalentar vários projetos para o futuro. “Quero fazer coisas ainda e não me sinto velha: eu tenho uma alma jovem e muita energia”. Essa pulsão, vale dizer, se retroalimenta da própria arte. “A música me torna sempre melhor, me alimenta, é um presente na minha vida, e isso me fortalece a cada ano”. Não que a passagem do tempo não a aflija por um lado, “porque fica mais perto do tempo de a gente partir desse mundo”. “Mas, ao mesmo tempo, também me deixa muito feliz, porque eu quero viver muito, e, quanto mais velha a gente fica, mais a gente viveu. Hoje, eu sou muitas Gals. Todas. Não dá para desvincular uma da outra”.  
 
Em tempo: além do disco, a voz potente de Gal Costa está a serviço de outra novidade, a música “Quando o Carnaval Chegar”, homenagem a Moraes Moreira, falecido no ano passado. Aqui, ela divide com Daniela Mercury (autora da música, na verdade, um frevo) o canto. “Daniela me mandou mensagem, me convidando para dividir essa música com ela, e aceitei na hora. Ela mandou a faixa pronta para eu colocar a voz. Fiquei muito feliz com o convite e por poder homenagear Moraes”, conta a diva.
 
Fonte: O Tempo 
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