AGORA
NO AR
Formaturas ocorrem nas próximas semanas
CARREGANDO
carregando...
CARREGANDO ...
A SEGUIR
Formaturas ocorrem nas próximas semanas
CARREGANDO
carragando ...

Notícias

28 Agosto de 2018

Novo álbum do Alice in Chains é celebração da cena de Seattle

Com a trágica morte de Chris Cornell, do Soundgarden, em maio de 2017, apenas o Pearl Jam, das quatro maiores bandas reveladas pela cena de Seattle nos anos 1990, passou a ter seu cantor original vivo (ele mesmo, o galã gente boa Eddie Vedder). Se o frio e a chuva — que, na época, vestiram o mundo inteiro de camisas de flanela xadrez — já faziam os músicos locais produzirem letras e melodias plenas de peso e melancolia, a carga emocional de uma cena marcada por tragédias podia levar todo mundo a uma depressão eterna. “Rainier fog” (“A névoa do Rainier”, em tradução livre, uma referência ao vulcão adormecido que vigia a região) é uma celebração da cena de Seattle, com todo o peso que isso carrega, mas sem exagerar no baixo astral. Uma espécie de piquenique no cemitério.
Com a morte de seu cantor original, Layne Staley, em 2002, por overdose de heroína — uma epidemia que assola Seattle há cerca de 30 anos —, o Alice in Chains é formado desde 2006 por Jerry Cantrell, William DuVall (guitarra e voz, ambos), Mike Inez (baixo, que em 1993 substituiu Mike Starr, mais um falecido) e Sean Kinney (bateria). “Rainier fog” é o terceiro disco com esta formação, o primeiro desde “The devil put dinosaurs here”, de 2013.
 
O tributo ao rock de Seattle levou o AIC a gravar um disco com seu DNA impresso em cada música — influências como Black Sabbath e Led Zeppelin também são fáceis de farejar. Na maior parte das músicas, Cantrell e DuVall dividem o microfone, nos arranjos vocais dissonantes que marcam toda a história da banda. A bela e triste “All I am”, que fecha o disco, é um dos melhores exemplos de um entrosamento adquirido ao longo dos anos, com muitos shows e raros discos — este é apenas o sexto, em 31 anos de banda. A faixa de mais de sete minutos mostra que, apesar de caprichar no peso instrumental, o AIC sabe tirar o pé e valorizar a melodia com dedilhados e delicadeza em baixo e bateria.
 
A faixa-título é uma homenagem a bandas como Nirvana, Soundgarden e Screaming Trees: “Isso me lembra por que eu ainda me importo/ Você pode me encontrar me contorcendo ao som do fantasma de uma música/ Surgindo através da névoa do Rainier”, diz a letra, cantada sobre um riff composto por Cantrell com Duff McKagan, do Guns N’ Roses, mais um filho de Seattle.
 
Para uma banda com mais de três décadas de carreira, um disco com novidades na sonoridade pode ser uma questão de sobrevivência. No caso do AIC, com sua trajetória fonográfica errática, soar como si mesmo — o que fica claro em músicas como “Red giant”, “Never fade” e “So far under” — é a grande vitória. “Seis pessoas já tocaram nesta banda; todas estão no palco conosco”, costuma dizer o baterista Kinney. “Rainier fog” mostra que o Alice in Chains pode bem ter mais 30 anos pela frente.
 
Fonte: O Globo
 
 
 
 
 
Clique para ampliar
{loadscriptspadrao__}