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Notícias

26 Dezembro de 2017

10 melhores filmes brasileiros de 2017 e uma menção honrosa, por Luiz Zanin

 
 
Em 2017 o Brasil produziu 150 longas e na lista a seguir tu podes conferir os 10 melhores filmes brasileiros segundo  Luiz Zanin, crítico de cinema do jornal  Estadão. 
 
 
 
Gabriel e a Montanha, de Fellipe Barbosa. Visto, registro e trevisto, o filme de Fellipe Barbosa revelou-se o que de mais consistente, inteligente e emocionante me foi dado curtir pelo cinema nacional em 2017. Mesmo porque, seu personagem, real, com sua simpatia e coragem, e uma bondade misto de arrogância autodestrutiva, me parece uma ótima e involuntária metáfora do Brasil.
 
Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé. Com esse filme fronteiriço entre documentário e ficção (embora a diretora garanta que se trata de ficção pura), a questão da luta pela moradia ganha novo patamar. Estético. Ético. Político. 
 
 
No Intenso Agora, de João Moreira Salles. O diretor toma alguns momentos – uma visita da sua mãe à China de Mao, o maio de 68 em Paris, a repressão à Primavera de Praga, as manifestações estudantis no Brasil em 68 para trabalhar com uma questão crucial: como continuar a vida após haver atingido um cume de intensa felicidade. Questão tanto pessoal como política.
 
Martírio, de Vincent Carelli, um filme em forma de libelo transforma-se em peça incontornável sobre o genocídio indígena no Brasil.
 
O Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano. Questão de gênero, sim, mas também imersão no mundo do trabalho. E daquilo que, na vida do trabalhador, ultrapassa suas tarefas cotidianas.
 
Bingo, o Rei das Manhãs, de Daniel Resende. O mundo do espetáculo, em sua sedução e crueldade, num filme envolvente e muito bem interpretado por Vladimir Brichta.
 
Como Nossos Pais, de Laís Bodanzky. A nova ordem amorosa, o novo papel das mulheres nas relações sociais e de casamento em um filme inteligente em sua construção de roteiro, sensível na sua mise en scène.
 
Rifle, de Davi Pretto. Original na sua proposta de discutir a questão do campo em sua relação com a cidade, o filme se desdobra em uma proposta estética envolvente.
 
As Duas Irenes, de Fábio Meira. As duas garotas de mesmo nome, filhas do mesmo pai: essa história humana e perturbadora serve, também, para mostrar o reposicionamento do feminino na ordem das coisas. Interpretações contidas e eficazes das duas garotas e de Marco Ricca.
 
Quem Foi Primavera das Neves, de Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo. Doc de investigação acerca de uma personagem esquecida desvela uma vida ímpar, dedicada à cultura e à amizade. Se quiserem um sinônimo para este filme, ele seria: delicadeza.
 
Um destaque, espécie de menção honrosa, vai para Os Parças, de Halder Gomes, uma avis rara entre a mediocridade das comédias brasileiras. Com seu diálogo com a chanchada, vai além da mesmice da comédia Global, que já parece estar cansando o público, e dá uma piscadela para o melhor do cinema popular brasileiro de antigamente.
 
Fonte: Estadão 
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