2016 não foi um ano fácil.
Não, talvez tenha sido o pior ano de nossas vidas. E muito provavelmente você leu isso na abertura da maioria das listas de melhores do ano em 2016, já que não estamos sozinhos. O mundo passou por uma série de processos bizarros e dolorosos, e as mídias sociais, mais presentes do que nunca, potencializaram o que há de pior no ser humano no ano que passou.
Ainda assim, caros amigos, tivemos grandes lançamentos musicais em 2016 e podemos dizer que pelo menos para a música, o ano rendeu grandes frutos.
Tem muito rock and roll, retornos marcantes, hip hop, experimentações e estrela pop chamando gente talentosa para colaborar em grandes projetos. 2016 talvez tenha sido o pior ano de nossas vidas, mas a música sempre estará lá para nos confortar de alguma forma.
Fique, na sequência, com a lista de melhores discos internacionais de 2016 segundo o Tenho Mais Discos Que Amigos!
O segundo disco de estúdio da banda canadense PUP é exatamente como o rock and roll deve ser: barulhento, bem feito, questionador e cheio de energia.
Essa jovem banda surpreende a cada novo lançamento e promete.
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O Kings Of Leon recorreu ao produtor Markus Dravs, que já trabalhou com nomes como Arcade Fire, e deu um pulinho fora da zona de conforto, incorporando novos elementos à sua sonoridade que é certeza de grandes hits a cada álbum que lança.
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Se no seu penúltimo álbum, lançado em 2012, Alicia Keys resolveu passar uma imagem de grande artista pop pegando fogo, em Here, seu sexto trabalho na carreira, a cantora apareceu de cara limpa e falou sobre os mais diversos aspectos da vida pessoal e da sociedade, em um grande álbum.
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Quatro anos após lançar uma trilogia não muito bem recebida e interromper as atividades para que seus integrantes passassem por cima de diversos problemas pessoais, o Green Day voltou com seu melhor trabalho desde American Idiot, lançado há 12 anos.
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Seis anos após seu último álbum a banda The Radio Dept. finalmente deu as caras e voltou com mais um grande trabalho que exalta seu dream pop e rock alternativo exuberante.
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Ignite é uma verdadeira instituição do hardcore e após 10 anos sem um novo trabalho a banda resolveu lançar o quinto disco de estúdio: acertou em cheio, A War Against You é um dos trabalhos mais competentes do gênero nos últimos anos.
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A banda britânica de emo/post-hardcore quase encerrou as atividades mas resolveu que seguiria em frente. Ainda bem, já que o Basement é um daqueles grupo que, mesmo muito novos, raramente erra.
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Japanese Breakfast é um projeto paralelo de Michelle Zauner, da banda Little Big League, e é justo dizer que aqui ela mostrou que talento não lhe falta. Com um álbum curtinho que tem 9 faixas e 25 minutos, ela misturou rock alternativo, dream pop e grandes vocais em um resultado certeiro.
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Nem precisamos apresentar Eric Clapton, não é mesmo?
Em seu vigésimo terceiro disco de estúdio, o mestre das guitarras voltou a trabalhar com o produtor Glyn Johns, responsável por Slowhand, e misturou interpretações inéditas com clássicos, em um baita disco.
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Carregar o sobrenome Knowles não é fácil, e Solange sabe muito bem disso. Desde pequena envolvida no mundo da música com seu pai, sua irmã Beyoncé ou o Destiny’s Child, a moça não teve vida fácil ao mostrar seu trabalho para o mundo, e no terceiro disco de estúdio, primeiro em oito anos, parece que ela finalmente encontrou sua sonoridade e tem tudo para se tornar um dos grandes nomes da música muitíssimo bem feita.
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A definição “puta banda foda” sempre se aplicou ao Helmet, e em seu aguardado oitavo álbum, primeiro em seis anos, o grupo parece ter encontrado uma fórmula mágica onde mistura Black Sabbath, post-hardcore e Beatles com a maestria de poucos.
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Kanye West brincou com a capa, trocou a lista de faixas do álbum várias vezes e foi, como sempre é, polêmico em The Life Of Pablo.
Acontece que, ao final das contas, o álbum é mais um grande trabalho do excêntrico rapper e músicas como “Ultralight Beam” mostram que se ele conseguisse colocar todas as suas energias apenas e tão somente na carreira, seria aclamado de forma unânime.
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ANOHNI é uma mulher transgênero que havia ficado conhecida no mundo da música com sua banda anterior, Antony And The Johnsons.
Em 2016 ela lançou seu disco solo de estreia, Hopelessness, e tomou o mundo da música alternativa de assalto com 11 grandiosas faixas que variam entre o pós-punk, a música experimental e eletrônica.
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Não fique apenas com a imagem do single “Work” na cabeça. Anti, oitavo disco da carreira da cantora Rihanna, é muito mais que isso: além de pop bem feito, tem grandes letras, performances vocais impressionantes, R&B e experimentações das mais interessantes.
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Procuramos “talento” no dicionário e encontramos o nome da banda norte-americana Warpaint.
Poucos grupos sabem fazer canções e álbuns tão belos e claramente trabalhados como uma obra de arte a ser contemplada de forma coesa e uniforme como as meninas.
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O que fazer quando uma banda perde 50% da força criativa de riffs e letras ao presenciar a saída de um integrante que decide concentrar suas energias em outras atividades? Um baita disco!
O Blink-182 perdeu Tom DeLonge mas logo encontrou em Matt Skiba (Alkaline Trio) um substituto e a famosa química foi tão boa que o trio entrou em estúdio e saiu de lá com California, álbum que retoma as origens da banda no divertido pop-punk e soa, após longos anos, como um trabalho honesto onde os seus integrantes estavam realmente colocando a alma.
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A música country note-americana se divide em alguns subgêneros distintos. Se de um lado temos a popularidade de grandes cantores que lotam estádios com músicas banais e grudentas que entopem as rádios, de outros temos verdadeiros artistas que incorporam elementos dos mais variados a um dos estilos mais honestos que existem nesse planeta.
É o caso justamente de Sturgill Simpson, nome forte do chamado alternative country que, lançamento após lançamento, impressiona.
Após o aclamado Metamodern Sounds In Country Music (2014) ele lançou em 2016 o ótimo A Sailor’s Guide To Earth, com direito a cover de Nirvana e mais.
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American Football é uma daquelas bandas cult que deixaram um trabalho no mundo e encerraram as atividades.
Seu primeiro álbum, lançado 1999, tornou-se um dos mais influentes de todos os tempos no emo e rock alternativo, e 17 anos depois a banda resolveu usar uma arte similar para outro disco homônimo que lavou a alma dos fãs.
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Outra banda de emo que fez bonito em 2016 foi o Tiny Moving Parts.
Mais voltado ao post-hardcore do que o American Football, o grupo lançou um álbum recheado de agressividade, emoções bastante expostas e grandes guitarras em 10 canções e 34 minutos.
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Os últimos anos foram esquisitos para o KoRn, que chegou até a lançar um disco baseado no controverso dubstep.
2016 chegou, porém, e a banda voltou à velha forma com um dos melhores lançamentos da carreira na forma de The Serenity Of Suffering.
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Aos 68 anos de idade Charles Bradley chegou, de forma impressionante, apenas ao terceiro disco da carreira.
Changes vai muito além da faixa título que é uma versão belíssima de Black Sabbath e nos leva a uma viagem por uma das vozes mais sensacionais do Soul atual.
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Finalmente o Metallica voltou à velha forma!
O primeiro disco da banda em oito anos é uma celebração às origens da banda, tem homenagens a Lemmy Kilmister e Cliff Burton e também faz bonito para o próprio patrimônio do grupo, que vinha sendo criticado com seus últimos lançamentos. Discão.
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Há poucas bandas no mundo tão prolíficas nesse mundo como o Thee Oh Sees, que só em 2016 lançou dois discos de estúdio.
Um deles é A Weird Exits, que mostra mais uma vez que mesmo lançamento novos álbuns toda hora, os caras ainda são mestres na mistura de rock sujão e psicodélico.
Para ouvir: Castle Face Records
Uma das grandes sensações do ano no rock alternativo foi a jovem banda Car Seat Headrest, projeto do líder Will Toledo, que lançou 12 (!) álbuns no Bandcamp entre 2010 e 2015.
Em 2016 veio Teens Of Denial pela influente gravadora Matador e o mundo inteiro começou a elogiar o trabalho dos caras.
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A influente banda de rock pesado The Dillinger Escape Plan anunciou que em 2017 irá encerrar as atividades, mas antes disso lançou Dissociation.
O presente de despedida é um grande álbum que traz, além do mathcore clássico do grupo, várias experimentações que mostram que a banda vai fazer falta e, sem dúvidas, deveria mudar de ideia quanto ao fim.
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Produzido pelo influente Kurt Ballou (Converge, ISIS, Torche) o segundo disco do SUMAC é uma ode ao post-metal que não apenas celebra o estilo como o carrega para uma nova e interessante direção.
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O rock psicodélico e de garagem é uma fonte inesgotável de grandes álbuns e, assim como o Thee Oh Sees, a banda australiana King Gizzard and the Lizard Wizard não sabe o que é ficar sem trabalhar.
Em 2016 os caras chegaram ao seu oitavo álbum em quatro anos, e Nonagon Infinity é genial nos mais diversos sentidos: grandes composições, viagens, e um disco que não tem fim. A última faixa emenda na primeira e você pode deixá-lo tocando eternamente em loop no seu aparelho de som.
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O músico e poeta canadense Leonard Cohen nos deixou, aos 82 anos de idade, em um ano onde perdemos tantos grandes nomes da música.
Poucos dias antes da partida, porém, ele lançou o décimo quarto disco da carreira e o fez em grande estilo com o magistral You Want It Darker.
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Skeleton Tree, décimo sexto disco de estúdio de Nick Cave & The Bad Seeds, é o resultado da dor.
Desde seu último álbum pra cá, Nick Cave teve que lidar com a trágica perda do filho, que morreu ao cair de um penhasco, e apesar do disco já estar quase pronto quando isso aconteceu, o músico resolveu reescrever e/ou aumentar letras de algumas das canções para falar a respeito do tema.
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Chance The Rapper não tem nenhum disco e já tem três na carreira.
O que ele chama de mixtape nós chamamos de um baita álbum e Coloring Book é o terceiro trabalho do cara, que chamou gente como Kanye West, Francis and the Lights, Justin Biebere Ty Dolla Sign para o lançamento.
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Um produtor que decidiu sair das mixtapes para lançar um álbum propriamente dito foi o canadense Kaytranada.
A estreia com 99.9% foi muitíssimo bem sucedida e conta com nomes como BadBadNotGood, AlunaGeorge e Little Dragon.
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Em 2016 a talentosíssima instrumentista Esperanza Spalding chegou ao seu quinto disco de estúdio e impressionou com performances absurdas em 12 faixas que vão do jazz até o math rock de forma impecável.
É rock and roll, é agressivo e é belo ao mesmo tempo.
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O Bon Iver ficou conhecido pela mistura de folk e indie em instrumentais que servem como um pano de fundo consistente para a belíssima voz de Justin Vernon.
Cinco anos após o aclamado Bon Iver, Bon Iver, o músico resolveu ousar, lançou um álbum cheio de músicas com nomes estranhos e dessa vez misturou folk com música eletrônica.
O resultado impressiona.
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Novos discos do Radiohead não têm acontecido com tanta frequência, então cada novo álbum é uma celebração.
A Moon Shaped Pool é difícil, sim, mas com as apresentações ao vivo onde a banda resolveu tocá-lo praticamente na íntegra, nos foi apresentado como um grande e belo pacote.
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Em um ano onde tantos bons nomes prestaram suas homenagens ao emo dos anos 90, aquele que era tomado de grandes guitarras e passava bem longe do que ficou conhecido no mainstreamdos anos 2000, a banda francesa Sport fez bonito.
Tem um quê do antigo Hotelier e até do At The Drive-In de fases como In/Casino/Out.
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Em 2014 a banda canadense White Lung lançou o disco Deep Fantasy e entrou na recente lista da Rolling Stone com os 50 melhores discos de punk de todos os tempos.
Ainda que possa ser um exagero, o álbum é um petardo liderado por vocais femininos que foge dos clichês do punk, em uma mistura de guitarras rápidas com belos tratamentos.
Em Paradise, dois anos depois, o grupo diminuiu (um pouco) a velocidade e trouxe novos elementos que penderam mais para o rock alternativo do que o punk, e lançou outro grande trabalho.
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Em seu terceiro disco de estúdio, a talentosíssima Angel Olsen trabalhou com o produtor Justin Raisen (Sky Ferreira, Charli XCX, Ariel Pink) e criou um álbum de 10 faixas dividido entre o Lado A, mais divertido, e o Lado B, mais introspectivo.
Indie, folk e rock de garagem se encontram no grande álbum.
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Todo ano é cheio de grandes retornos e um dos mais importantes para a música em 2016 foi do grupo australiano The Avalanches.
A banda que mistura hip hop e música eletrônica e tem um resquício da sonoridade de bandas como Beastie Boys lançou seu segundo álbum, o primeiro em 16 anos, e empolgou bastante com Wildflower.
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8 músicas e 30 minutos foram o suficiente para que a banda Pinegrove nos encantasse com a sua mistura particular de rock alternativo, folk e country alternativo em seu primeiro disco lançado por uma gravadora, a Run For Cover.
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Pela primeira vez em 18 anos o influente grupo de hip hop A Tribe Called Quest lançou um álbum na forma de We Got It From Here… Thank You 4 Your Service.
Para fazer essa espécie de despedida, já que a banda não deve lançar mais álbuns, os caras convidaram um time de estrelas que conta com Jack White, Elton John, Kendrick Lamar, Kanye West, André 3000 e mais.
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Em 2014 o Against Me! lançou Transgender Dysphoria Blues, disco que abordava principalmente as questões que envolviam o fato de Laura Jane Grace, a vocalista, ter se apresentado ao mundo como mulher transgênero.
Dois anos depois, para a nossa sorte, a formação da banda se consolidou com seus integrantes atuais, que se deram tão bem nos palcos mundo afora que resolveram gravar um disco propriamente dito, agora com o baixista Inge Johansson também em estúdio.
Shape Shift With Me se distancia das questões específicas do mundo transgênero e fala sobre diversos aspectos da vida de Laura Jane Grace como relacionamentos, amizade, tragédias pessoais e mais.
Junto com isso tudo vieram 12 faixas de punk rock dos bons.
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Adore Life é o aguardado segundo disco de estúdio da banda britânica Savages, que rapidamente se tornou um dos grandes nomes do rock alternativo no planeta com a estreia em Silence Yourself, de 2013.
Assim como seu antecessor, Adore Life foi indicado ao Mercury Prize, prêmio mais importante da música britânica, e apesar de ter saído em um já longínquo 22 de Janeiro, marcou o ano todo com canções pesadas e fortes como “The Answer” e “Adore”.
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Finalmente temos o prazer de dizer que o bom e velho Weezer voltou à forma.
Ao lançar seu décimo disco de estúdio em um 01 de Abril, a banda optou por utilizar novamente um álbum homônimo, batizá-lo com a cor predominante da capa e lançar 10 canções que representam o que de melhor essa banda sabe fazer desde os anos 90: músicas poderosas e grudentas do bom e velho rock alternativo.
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Nicolas Jaar nasceu em Nova York e é símbolo da miscigenação da cidade mais global dos Estados Unidos.
Com pai de origem palestina/chilena e mãe de origem francesa/chilena, Nico tornou-se compositor dos bons e em seu segundo disco, Sirens, resolveu falar sobre a história do Chile, bem como de experiências pessoais, tudo com música eletrônica e experimental servindo de pano de fundo.
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Outro disco curtinho com 10 faixas e meia hora fez a nossa cabeça em 2016.
Trata-se da estreia da banda Whitney, que com Light Upon The Lake lançou um álbum delicioso, daqueles para ouvir em um dia chuvoso, tomando um bom café e contemplando a mistura certeira de rock alternativo, folk e elementos vintage.
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Beyoncé continua, literalmente, surpreendendo o mundo a cada lançamento.
Sem avisar que está trabalhando em um novo álbum, ela simplesmente lança o disco quando acha que é um bom momento e foi assim com Lemonade, que além de conceitual, também é um “álbum visual”, com vídeos acompanhando as suas canções.
No disco a cantora trabalhou com nomes que vão desde Jack White (olha ele aí de novo em um dos melhores lançamentos do ano) até Diplo, passando por Ezra Koenig do Vampire Weekend. As letras falam de experiências pessoais e questões sociais, e o resultado é um disco cheio de significado que impactou os Estados Unidos de forma marcante, além de um baita registro sonoro dos mais criativos.
Se você ainda não entendeu o porquê de Beyoncé aparecer em praticamente todas as listas de final de ano lá fora, inclusive em primeiro lugar em boa parte delas, vale analisar o contexto histórico e cultural de Lemonade, que recheado de uma carga de protesto e honestidade tem inclusive sido comparado a registros como Highway 61 Revisited, de Bob Dylan.
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À primeira vista, um supergrupo com Queens Of The Stone Age e Arctic Monkeys, liderado por Iggy Pop, é garantia de sucesso certo, não é mesmo?
Acontece que Post Pop Depression, disco lançado pelo músico com esse time de estrelas é um álbum complexo e que foge das características clássicas de todos os seus integrantes.
O resultado pode se tornar esquisito na primeira, segunda, até mesmo na terceira audição. Mas quando você entende como cada um dos poderes vindo dos lados de Josh Homme, Dean Fertita e Matt Helders estão trabalhando em conjunto com uma das vozes mais conhecidas na história do rock and roll, Post Pop Depression pode se tornar seu disco favorito.
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A espera valeu a pena e quatro anos após lançar o super elogiado channel ORANGE, Frank Oceanvoltou cheio das pegadinhas em seu segundo disco de estúdio, Blonde.
Desde a capa que traz a palavra “blond” até o “drible” que ele deu na gravadora com um álbum visual chamado Endless para fugir do contrato, o disco propriamente dito é cheio de nuances interessantes e foi gravado em Abbey Road, contando com participações de Beyoncé, Kendrick Lamar, André 3000, James Blake, Jonny Greenwood (Radiohead) e mais.
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Outra espera, ainda mais longa mas que valeu muito a pena, foi por um novo disco do Descendents.
Um dos nomes mais importantes e influentes da história do punk rock lançou seu primeiro disco em 12 anos e em Hypercaffium Spazzinate mostrou ao mundo que ainda é possível sim fazer rock and roll dos mais honestos, mantendo as suas origens e se renovando ao mesmo tempo.
No álbum a banda não sai da fórmula guitarra+baixo+bateria enquanto Milo canta sobre como seus integrantes envelheceram, como eles formaram uma família, como a música os salvou e como, já passando dos seus 50 anos de idade, eles não são nada sem o amor. “Without Love”, inclusive, é uma das músicas do ano.
Se falamos tanto sobre como “o rock está morrendo” e o que poderia ser feito para reverter o quadro, podemos começar dando valor a grandes álbuns como esse.
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Não há como negar: o disco do ano é de David Bowie.
Blackstar foi lançado lá no início de 2016, em 08 de Janeiro, dia do aniversário de um dos músicos mais influentes de todos os tempos.
Não bastasse isso, saiu como um presente de despedida do gênio que apenas dois dias depois nos deixaria ao perder a luta contra um câncer sem fazer alarde, sem comunicar sobre a doença e simplesmente passar desse plano com um álbum para o mundo.
Em Blackstar, Bowie parece estar conversando e se confessando para o ouvinte, falando sobre muitos assuntos relacionados à própria mortalidade, sua despedida e a preparação para todo o processo.
A temática surge entre instrumentais complexos, art rock, jazz e um álbum que, se de um lado é difícil de ser digerido, do outro se apresenta como uma verdadeira obra de arte depois que é contemplado ao longo do tempo. Talvez, justamente por isso, ter sido lançado em Janeiro o ajudou ao invés de atrapalhar, como acontece em muitos casos de discos lançados no começo do ano.
Obrigado, mestre. Definitivamente era você quem segurava o mundo no lugar e, desde a sua passagem, nosso planeta entrou em colapso. Pelo menos temos a sua obra para nos confortar de alguma forma.
Fonte: TMDQA