Train lança Does Led Zeppelin II

Quando o Train anunciou que faria um álbum cover do Led Zeppelin, a notícia foi recebida com desconfiança. Para muitos, a ideia de que a banda, famosa pelo pop chiclete presente em canções como Hey, Soul Sister, regravasse um dos mais icônicos discos da banda britânica parecia loucura. O resultado, entretanto, foi uma agradável surpresa.

Quando o primeiro single de Train Does Led Zeppelin II foi divulgado, a crítica teve que reconhecer: os americanos entregaram um cover competente, original e fiel de What Is and What Should Never Be. O pé atrás mudou de rumo a cada nova faixa divulgada, até chegar ao conjunto da obra: uma ótima regravação de Led Zeppelin II, lançado em 1969. É verdade que os vocais de Patrick Monahan não chegam nem perto dos de Robert Plant, dono de uma das melhores vozes do rock, mas também não comprometem. Dentro de suas limitações, o cantor sabe explorar bem cada uma das músicas e o resultado agrada, caso de The Lemon Song e Ramble On – na qual ele é ajudado pelo ritmo folk da faixa, ao qual ele está familiarizado.

A parte instrumental também vai bem, deixando os ouvintes muitas vezes em dúvida se os músicos são os mesmos que executam faixas sonsas como Marry Me e Drops of Jupiter. Claro que a banda tem uma mão menos certeira do que os inigualáveis Jimmy Page, John Bonhan e Jon Paul Jones, mesmo assim, é capaz de produzir um rock com a qualidade nas alturas. Os riffs de guitarra ganham roupagens certeiras, como nas clássicas Whole Lotta Love e The Lemon Song, enquanto o baixo e a bateria não fogem à regra e esbanjam competência. 

O disco é tocado do começo ao fim de maneira afiada. O ápice vem em Moby Dick, um desafiador blues, que ganhou uma versão comparável à original – conhecida pelo mirabolante solo de bateria de Bonham. Que boa surpresa, Train.

Fonte: Veja