A estudante Catharina Dória, de 17 anos, que mora em São Paulo, criou um aplicativo que permite mapear os assédios que as mulheres sofrem nas ruas. É possível registrar o tipo de assédio, o local onde ele aconteceu e o período do dia. Não é obrigatório se identificar.
O aplicativo foi lançado na terça-feira (3) e recebeu, no primeiro dia, 300 ocorrências. Em entrevista do programa Estúdio i, da GloboNews, a jovem contou que decidiu criar o aplicativo após sofrer um assédio. “Foi muito cedo, eu estava na rua, um cara chegou, ficou me chamando de ‘bonitinha’, disse que ia me levar para casa. Eu fiquei quieta porque fiquei com muito medo.”
Ela decidiu, então, procurar dois amigos designers e pediu ajuda. “Falei que não tinha dinheiro nenhum, mas perguntei se eles entravam nessa comigo”, disse.
A jovem afirmou que pretende mostrar os dados coletados para autoridades, colar cartazes nas áreas mais citadas e até promover palestras sobre o tema. “A gente está pensando no passo seguinte. Agora é o momento de chocar a população, porque o assédio acontece, mas é um ‘crime-fantasma’”, criticou. O aplicativo Sai Pra Lá tinha tem uma página no Facebook em que o interessado pode fazer o download e entender o funcionamento da ferramenta.