Sônia Elisa Marchi Gonzatti

Ieda Maria Giongo

Márcia Jussara Hepp Rehfeldt

Marli Teresinha Quartieri

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs)

Esta proposta de pesquisa Recém-Doutor visa investigar quais são os desafios, obstáculos e inovações que emergem do processo de reformulação de Planos de Estudos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a partir da implantação da Base Nacional Comum Curricular. Serão analisadas as áreas de Ciências da Natureza e de Matemática e suas respectivas Tecnologias, uma vez que essa proposta está inserida no contexto do projeto de pesquisa institucional Ciências Exatas: da escola básica ao ensino superior. Quanto aos integrantes da pesquisa, optou-se por uma amostra constituída de até seis escolas públicas de ensino fundamental, nos municípios de Estrela, Lajeado e Paverama, pois estes municípios participam de programas e projetos de formação continuada em parceria com a Univates. Faz-se esse recorte contextual e metodológico considerando-se a premissa de que propostas de formação continuada articuladas aos problemas cotidianos da escola tendem a ter maior ressonância em processos de inovação. No que se refere ao imbricamento entre a reformulação dos Planos e a BNCC, é possível supor que tal processo representa um problema prático profissional importante no contexto das escolas, tanto para docentes em sala de aula quanto para gestores administrativos e pedagógicos. Na conjunção desses aspectos, entende-se que um questionamento profícuo de pesquisa diz respeito a analisar em que medida e como a implantação da nova BNCC faz emergir desafios e inovações nos processos de reformulação curricular, no contexto de escolas que participam sistematicamente de programas e projetos de formação continuada em interação com a universidade. Em termos metodológicos, opta-se pela abordagem qualitativa de pesquisa para o desenvolvimento desse estudo. Ademais, a natureza do conhecimento a ser gerado, sua natureza contextual e o enredamento de diferentes fatores que corroboram a natureza complexa do problema em estudo, convergem para características de um estudo de caso. Quanto às estratégias de geração de dados, propõe-se realização de entrevistas com professores dos Anos Iniciais e de gestores escolares; análise documental de Planos de Estudo dos Anos Iniciais e análise comparada entre esses Planos e a BNCC, no que tange às Unidades Temáticas de Ciências da Natureza e Matemática e respectivas Tecnologias. O mapeamento de desafios e inovações emergentes do processo de reformulação dos Planos de Estudos dos Anos Iniciais, cotejando-os com as proposições de unidades temáticas das áreas de Ciências da Natureza e Matemática para os Anos Iniciais; a análise de problemas práticos profissionais desencadeados nesse processo; o levantamento de possíveis ressonâncias da formação continuada na reformulação dos Planos, mapeados a partir de indicadores como a inserção de práticas investigativo-exploratórias, experimentos, abordagens interdisciplinares como estratégias para desenvolvimento das unidades temáticas são os principais resultados pretendidos nesse estudo.

Ieda Maria Giongo

Marli Teresinha Quartieri

Márcia Jussara Hepp Rehfeldt

Sonia Elisa Marchi Gonzatti

Emily Azevedo Brum da Silva

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs)

O grupo de pesquisa Práticas, Ensino e Currículos (PEC/CNPq/Univates) tem desenvolvido investigações com lócus em escolas de Educação Básica da região de abrangência da Univates. Nessa perspectiva, educandários e professores são parceiros de investigação na medida em que o grupo entende a produtividade de pesquisar com a escola em detrimento de, na e sobre a escola. Por conta disso, o grupo mantém, há anos, parceria com uma Secretaria Municipal de Educação da região, e um grupo de professores a ela vinculados participa de ações de pesquisa. Não por acaso, a equipe que integra a proposta conta com a efetiva participação de docentes da Escola Básica na condição de gestores e professores. Março de 2020. A pandemia esvaziou salas da Universidade e Escolas. Nesses locais, os encontros presenciais não mais podiam ocorrer. O acompanhamento do desenvolvimento das tarefas investigativas com os estudantes dos anos iniciais e educação infantil cessaram. Iniciou-se o processo de virtualização do ensino que, acreditava-se, duraria poucas semanas. Emergiram relatos de docentes, evidenciando que havia estudantes sem a necessária conexão de internet para acompanhar as atividades virtualizadas. Assim, secretarias municipais de educação optaram por instituir a docência virtualizada concomitante à entrega de materiais físicos aos alunos que, após utilizados, eram devolvidos aos professores para correção e posterior encaminhamento. Os encontros presenciais de pesquisa cederam também espaço à virtualização e a primazia consistia em (re)pensar materiais e práticas pedagógicas em contextos pandêmicos.Existiu, também, a ideia de que a pandemia deixará legados aos processos de ensino, sendo necessários movimentos que incorporem práticas efetivadas em espaços híbridos. Assim, nesta proposta de pesquisa aplicada, intenta-se elaborar, aplicar e avaliar as potencialidades e desafios que emergem do desenvolvimento de práticas pedagógicas concebidas segundo três diretrizes principais. A primeira diz respeito à fundamentação teórico-metodológica de práticas pedagógicas, em que serão elaboradas Sequências de Ensino Investigativas (SEI) e Tarefas Investigativas. A segunda contempla o alinhamento desta proposta às diretrizes curriculares da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, Brasil, 2017), para as áreas de Ciências da Natureza e de Matemática e respectivas tecnologias e no âmbito dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A terceira, por sua vez, envolve a proposição de tais práticas pedagógicas em contextos de ensino híbrido.

Ieda Maria Giongo

Isabel de Lucena

Marli Teresinha Quartieri

Marcia Jussara Hepp Rehfeldt

Sonia Elisa Marchi Gonzatti

A presente proposta de pesquisa foi gestada a partir de um conjunto de resultados de outra investigação denominada ?Estratégias metodológicas visando à inovação e reorganização curricular no campo da educação matemática no Ensino Fundamental? que conta com auxílio financeiro da CAPES via Edital OBEDUC 049/2012. A partir deles, tem-se observado que os educadores das escolas parceiras estão implementando em suas turmas as propostas metodológicas estudadas, orientados pelos colegas bolsistas de escola e mestrandos (ZIEGLER et al, 2014; PERANSONI et al, 2014). Ademais, eles estão se adensando teoricamente nas três tendências problematizadas. Os resultados mostram a produtividade de se operar, sobretudo, com a perspectiva teórica metodológica que assume a pesquisa com a escola em detrimento de sobre ela e nela. Também é possível inferir que as formações continuadas de docentes da Escola Básica devem respeitar alguns critérios, tais como: a) ocorrerem preferencialmente nas escolas, em horários destinados às reuniões pedagógicas; b) serem também focadas em conteúdos específicos da atuação dos docentes e c) se desenvolverem continuamente, a longo prazo, em grupos menores em detrimento de projetos de governo específicos (REHFELDT, GIONGO E QUARTIERI, 2015). Se tais resultados dizem respeito às questões que envolvem formação continuada de docentes, o que se pode afirmar sobre as aprendizagens de seus estudantes? E sobre as aprendizagens teórico- metodológico dos docentes envolvidos? Ademais, usualmente, os cursos de formação continuada em larga escala não se detêm a averiguar se, efetivamente, houve adensamento teórico metodológico, tampouco como seus alunos se beneficiaram com as discussões efetivadas nas formações. É possível então inaugurarmos outros questionamentos profícuos de investigação, tais como: Quais as estratégias empregadas por grupos de professores dos Anos Iniciais Ensino Fundamental ao ensinar Matemática, principalmente sobre temas pertinentes à Geometria e Álgebra? Ao propor atividades de ensino-avaliação exploratórias investigativas, quais os conhecimentos mobilizados por eles para com as estratégias matemáticas que emergem durante as aprendizagens advindas dos seus estudantes? Como vínculos culturais ?atravessam? e ?são atravessados? pelas estratégias empregadas pelos estudantes? Nesse processo, quais aprendizagens teórico-metodológicas são desencadeadas pelos professores?

O ensino de álgebra e geometria tem sido pouco explorado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o que pode acarretar lacunas na formação do pensamento algébrico abstrato em anos posteriores. Neste sentido, este projeto de pesquisa tem por objetivo central investigar os resultados oriundos do desenvolvimento e produção de materiais educativos para o ensino de álgebra e geometria nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na perspectiva da Investigação Matemática. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que será  desenvolvida em sete etapas: Etapa 1: Aprofundamento em leituras acerca de atividades investigativas. Etapa 2: Elaboração de materiais educativos para o ensino de álgebra e geometria, na perspectiva da Investigação Matemática. Etapa 3: Exploração dos materiais educativos junto a um grupo de professores da rede pública de Estrela, localizada no Vale do Taquari. Etapa 4: Acompanhamento do planejamento das professoras a serem desenvolvidas nas escolas. Etapa 5: Acompanhamento da exploração dos materiais educativos. Etapa 6: Avaliação do material educacional. Etapa 7: Confecção do e-book. Como resultados espera-se a produção, exploração, avaliação de materiais educativos para o ensino da álgebra e geometria nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como a disponibilização dos resultados obtidos, por meio de um e-book e produções científicas junto à comunidade acadêmica. 

A presente proposta tem como objetivo central examinar as possibilidades e limitações da metodologia do estudos de classes para a formação continuada de docentes da escola básica. A investigação será conduzida por integrantes do grupo de pesquisa Práticas, Ensino e Currículos (PEC/ CNPq/Univates) da Universidade do Vale do Taquari, de Lajeado. Os aportes que sustentarão a pesquisa estão em consonância com o campo da etnomatemática em seus entrecruzamentos com ideias que preconizam a importância do ensino de geometria. A produtividade da intersecção destes referenciais se dá na medida em que a etnomatemática é um campo da educação matemática interessado em problematizar questões culturais no ensino,  enquanto o estudo da geometria, vinculada às distintas culturas, permite que os estudantes desenvolvam a capacidade de pesquisar e criar múltiplas formas de resolver situações demandadas. Qualitativa e com inspirações etnográficas, a investigação contará com a emergência de materiais de pesquisa  compostos por  escritos produzidos pelos estudantes, filmagens e gravações das práticas pedagógicas efetivadas e das reuniões sistemáticas com docentes. Aliado a isso, estão previstos grupos de discussões com os estudantes. A análise dos materiais de pesquisa se dará por meio da Análise Textual Discursiva (ATD). Os resultados esperados são: a) emergência de projetos de iniciação científica, dissertações e teses geradas no grupo PEC; b) construção de outra organização dos conteúdos matemáticos nos Anos Iniciais, priorizando também a Geometria, com a participação efetiva do professor; c) disseminação, na região, da potência dos grupos de estudos que envolvam docentes da Escola Básica, pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação e d) aproximação de estudos brasileiros com pesquisadores e professores estrangeiros.