Polyphagotarsonemus latus (Acari: Tarsonemidae) em videiras na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul, Brasil: avaliação da ocorrência, danos provocados e possíveis ácaros predadores
Coordenação: Prof. Dra. Liana Johann
Pesquisadores:
Noeli Juarez Ferla - pesquisador
Mônica Jachetti Maciel - pesquisadora
Elisete Maria de Freitas - pesquisadora
Bolsistas:
1 Bolsa IC Fapergs; 1 Bolsa IC EM/CNPq; 1 Bolsa IT CNPq; 2 Bolsas UNIVATES
Doutorandos:
Darliane Evangelho - doutoranda
Joseane Moreira do Nascimento - doutoranda
Maicon Toldi - doutorando
Órgãos Financiadores:
Univates, Fapergs, CNPq
Resumo:
As videiras são atacadas por doenças e pragas. Sob condições úmidas, doenças fúngicas e bactérias são predominantes, enquanto que em regiões áridas, insetos e ácaros são as principais pragas. Dentre estas, os ácaros fitófagos apresentam grande importância. As espécies mais importantes de ácaros fitófagos relacionadas à cultura da videira pertencem à Tarsonemidae, Eriophyidae e Tetranychidae. Tarsonemidae apresentam hábitos alimentares variados, podendo ser fitófagos, parasitos de artrópodes, ou ainda se alimentar de fungos, algas, líquens e diversas outras substâncias orgânicas. Algumas espécies são sérias pragas agrícolas, destacando-se Polyphagotarsonemus latus (Banks) na cultura da videira. Polyphagotarsonemus latus é polífago e cosmopolita. Está presente em grande variedade de culturas: algodão, cana-de-açúcar, citros, café, chá, tabaco, batata, feijão, pimenta, flores e videiras. Em videiras, seu ataque resulta num encurtamento dos ramos como resultado da alimentação contínua das folhas novas. Em situações de elevada infestação, as folhas ficam coriáceas e quebradiças podendo ocorrer queda das folhas, atrasando a formação do parreiral. O ataque é mais importante em plantas novas, tanto em mudas como nos porta-enxertos, visto que a praga reduz o desenvolvimento, atrasando a formação do parreiral. Polyphagotarsonemus latus tem sido observado causando danos em videiras plantadas no sistema latado na Serra Gaúcha, Estado do Rio Grande de Sul. Diante disso, este projeto tem por objetivo avaliar a ocorrência de P. latus (Acari: Tarsonemidae) em videiras na Serra Gaúcha, Rio Grande do Sul, Brasil, danos provocados e possíveis ácaros predadores. Este estudo será realizado entre setembro de 2016 a agosto de 2019 em videiras jovens (até dois anos de idade) e maduras (mais de dois anos de idade) das cultivares Cabernet Sauvignon e Merlot, localizadas nos municípios de Bento Gonçalves e Garibaldi, Rio Grande do Sul, Brasil. As atividades de laboratório serão realizadas no Laboratório de Acarologia do Tecnovates/UNIVATES, Lajeado, Rio Grande do Sul, Brasil. A dinâmica populacional de P. latus e predadores associados será avaliada mensalmente de agosto de 2016 a julho de 2017. Serão selecionados quatro parreirais de cada uma das cultivares (Cabernet Sauvignon e Merlot), sendo dois parreirais jovens (até dois anos de idade, um plantado no sistema latado e o outro em espaldeira) e dois maduros (mais de dois anos de idade, um plantado no sistema latado e o outro em espaldeira). As folhas e ramos serão analisados em laboratório, os ácaros coletados serão montados em lâminas com meio de Hoyer, e posteriormente serão identificados com auxílio de chave dicotômica. Os danos provocados por P. latus serão observados em campo e em experimentos em casa de vegetação. Para o estudo da biologia de P. latus e predadores associados, serão mantidas criações em folhas de videira, sobre algodão hidrófilo, umedecido com água destilada, dentro de bandejas plásticas. As biologias serão realizadas com os ovos dos ácaros isolados em arenas (placas de petri, disco de papel umedecido com água destilada, discos foliares de videira). Durante o período de ovo e estádio imaturo, as arenas serão observadas três vezes por dia, às 7, 13 e 19 horas, com o objetivo de avaliar a duração e viabilidade dos estádios. No período de teliocrisálida, será feita a determinação visual do sexo de cada espécime e, para a formação dos casais, machos adultos serão retirados da criação estoque. Os casais serão observados uma vez ao dia, às 14 horas. Os ovos serão individualizados e observados para obtenção da razão sexual. Todos os dados obtidos no projeto serão submetidos a análise estatística. Através do conhecimento gerado pelo presente projeto será possível preencher importantes lacunas dos sistemas produtivos de videiras na Serra Gaúcha. Será possível oportunizar o estabelecimento de estratégias de manejo que enfatizem o controle da ocorrência de P. latus em videiras com maior ou menor suscetibilidade, o reconhecimento dos dados provocados pelo ácaro fitófago, além da preservação de inimigos naturais. Como consequência, os agricultores utilizarão estratégias limpas no controle de P. latus.