A pesquisa se transformou em uma paixão para o professor do curso de Odontologia da Universidade do Vale do Taquari João Augusto Peixoto de Oliveira. Foi durante a realização do mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), entre 2011 e 2013, quando desenvolveu a dissertação intitulada Associação entre condição de saúde bucal e aptidão física: resultados preliminares de um estudo observacional transversal, que o envolvimento com a área se tornou mais intenso.
No mestrado, ele avaliou a associação entre doença gengival e condicionamento físico. O estudo foi realizado na Academia da Polícia Militar (APM) e no Corpo de Bombeiros de Porto Alegre. Fizemos exames bucais nos indivíduos e analisamos a associação desses exames com o escore que os profissionais alcançaram no teste físico, realizado periodicamente na Brigada Militar, detalha Peixoto.
Lucas George Wendt
No doutorado o professor continuou pesquisando as relações da Odontologia, especialmente a área de saúde bucal, com a Educação Física. A tese do professor, defendida recentemente, intitula-se Associações bidirecionais entre doença periodontal, fadiga e atividade física. Corroboramos alguns achados de outros países, que já mostravam a atividade física como um fator protetor para doenças crônicas inflamatórias, no caso, doenças gengivais, revela.
Peixoto diz que existe a ideia de realizar um estudo de intervenção que possa endossar a evidência científica sobre atividade física e doença gengival, que, até o momento, se limita apenas a estudos observacionais.
O mais relevante é a questão do interprofissionalismo. Há uma tendência muito forte para que os profissionais da área da saúde trabalhem em conjunto. Já imaginou você ir ao dentista e ele lhe recomendar um personal trainer para ajudar na prevenção de doenças gengivais?, explica. Por meio do estudo, o professor destaca que a presença do dentista em programas de preparação de atletas pode ser relevante, à medida que se confirme cientificamente que realmente existem essas associações, sempre lembrando que os estudos mostram tendências e não há nada concreto com relação a esse assunto até o momento.
O estudo foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Ufrgs e orientado pelo professor doutor Alex Nogueira Haas, na linha de pesquisa Epidemiologia, etiopatogenia e repercussão das doenças da cavidade bucal e estruturas anexas. Os membros da banca avaliadora foram os professores doutores Tiago Fiorini (Ufrgs), Ingrid Sanada (Universidade Luterana do Brasil) e Marco Vaz (Ufrgs).