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Pesquisa estuda a ecologia de comunidades vegetais da região do Vale do Taquari

Postado as 16/01/2023 08:56:26

Por Lucas George Wendt

Desenvolvido no escopo dos Programas de Pós-Graduação em Biotecnologia e em Sistemas Ambientais Sustentáveis, um projeto de pesquisa realizado pela Universidade do Vale do Taquari - Univates estuda a ecologia de comunidades vegetais da região do Vale do Taquari a partir de sua estrutura e restauração ecológica, diversidade e potencialidades para a exploração sustentável. As pesquisas são conduzidas pela professora doutora Elisete Maria de Freitas e por uma equipe composta por bolsistas de Iniciação Científica e de estudantes de mestrado e doutorado. 

O projeto objetiva caracterizar comunidades vegetais de remanescentes preservados ou em regeneração na Depressão Central do Estado quanto à riqueza florística, parâmetros estruturais, banco de sementes do solo e, consequentemente, quanto ao seu comprometimento pela presença de espécies exóticas invasoras.

Divulgação

Além disso, o projeto tem como intenção indicar espécies com potencial alimentício, fitoterápico, ornamental e ou alelopático para exploração sustentável, contribuindo para a preservação da biodiversidade brasileira. São selecionadas áreas de vegetação nativa, inseridas nos biomas Mata Atlântica e Pampa, para realização de estudos florestais e fitossociológicos. 

No escopo do projeto já foram produzidos 14 artigos científicos, além de seis Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), estando outros quatro em andamento, duas dissertações de mestrado, estando quatro em andamento, uma tese de doutorado, e uma em andamento. 

Resultados 

“Primeiro é a promoção do conhecimento sobre a biodiversidade regional e sua valorização e, com isso, embasamento para outras pesquisas que visem à exploração sustentável destes potenciais, ou seja, fundamentação para a bioprospecção de espécies nativas, como nós já realizamos no laboratório”, explica a professora Elisete. Os estudos visando à restauração das matas ciliares, que também integram o projeto, servirão para que os projetos na área da restauração a serem adotados na região sejam promissores.

Lucas George Wendt

Iniciamos pesquisas, apontamos possibilidades de exploração das espécies de forma sustentável. Esse conhecimento poderá ser utilizado para o desenvolvimento de novos produtos, como o que demonstramos no estudo em que, a partir da caracterização do potencial nutritivo dos frutos de uma espécie nativa (Vasconcelea quercifolia A. St.-Hil. – jaracatiá ou mamãozinho-do-mato), desenvolvemos um leite fermentado com potencial prebiótico, podendo atuar como suplemento nutritivo para probióticos.
Professora doutora Elisete Maria de Freitas

“Ou o caso do estudo em que apresentamos a caracterização química e a atividade antimicrobiana do óleo essencial de Baccharis vulneraria Baker, uma planta medicinal de uso popular conhecida como erva-santa, frente a cepas de microrganismos causadores de infecções cutâneas”, lembra a docente. 

Além disso, o grupo envolvido com o projeto já trabalhou com o extrato de Ilex paraguariensis A.St.-Hil. como bioherbicida. Atualmente acontece o estudo do uso de farinha de ora-pro-nóbis em ração suína. O estudo está em andamento e já tem resultados muito promissores.

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“E, na continuidade do estudo com o óleo essencial de Hesperozygis ringens (Benth.) Epling (espanta-pulga) com o intuito de finalizar os estudos necessários para termos um bioherbicida natural com o óleo essencial desta planta. Ou seja, nossos estudos são mais básicos, apontam possibilidades para a exploração das espécies e que poderão ter continuidade para o desenvolvimento de produtos, usando espécies da nossa biodiversidade para a promoção da sustentabilidade ambiental e econômica, de forma sustentável”, observa  Elisete. 

O que será produzido com os dados 

Com os dados coletados, os pesquisadores estão elaborando parâmetros de cobertura e frequência, índice de valor de importância (IVI) e índices de diversidade. Amostras de solo coletadas durante o estudo fitossociológico serão mantidas em casas de vegetação para acompanhamento da germinação e identificação das plântulas, fornecendo informações quanto à diversidade, abundância e presença de espécies invasoras no banco das áreas de estudo. Listas de espécies exóticas invasoras e nativas com potencial para diferentes usos a serem confirmados a partir de estudos específicos estão sendo elaboradas.

Extrato de suas folhas, flores e frutos de espécies diversas são utilizados para avaliação do potencial alelopático de espécies invasoras com o estabelecimento de bioensaios de germinação e crescimento, utilizando espécies nativas comuns nas áreas estudadas como espécies receptoras. De modo inverso, extratos e óleos essenciais de espécies nativas são utilizados em testes de alelopatia para avaliar efeitos fitotóxicos sobre a germinação e o crescimento de espécies invasoras. 

Espécies campestres de ocorrência restrita ao bioma Pampa serão caracterizadas morfológica e anatomicamente com o intuito de conhecer adaptações apresentadas e que favorecem a sobrevivência às condições ambientais específicas desses campos. 

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Espera-se, como resultados: ampliar o conhecimento sobre a diversidade florística e a estrutura de comunidades vegetais dos dois biomas do RS; conhecer e caracterizar a população de espécies exóticas que estão invadindo formações vegetais da região central do RS, indicando medidas que devem ser adotadas para a sua erradicação; descobrir espécies nativas cujos compostos metabólitos presentes nos extratos ou no óleo essencial possam ser utilizados no futuro para a produção de bioherbicidas que atuem no controle de espécies invasoras; e indicar espécies nativas para a exploração econômica em agroflorestas ou áreas de reserva legal, contribuindo para a preservação da biodiversidade.

“Esperamos contribuir para a definição de metodologias adequadas para a restauração de áreas degradadas em margens de rios, conforme suas características; ampliar o conhecimento sobre a diversidade florística e a estrutura de comunidades vegetais dos dois biomas do RS; listar espécies nativas com os respectivos potenciais para a exploração econômica como alimentos, medicamentos, herbicidas e inseticidas naturais; indicar espécies nativas que podem ser exploradas economicamente em agroflorestas, contribuindo para a preservação da biodiversidade”, ressalta a pesquisadora Elisete Maria de Freitas. 

Articulação

Em torno do tema de pesquisa a professora Elisete tem uma articulação intensa com pesquisadores dos PPGs da própria Univates: Daiane Heidrich (PPG em Ciências Médicas), Claucia Fernanda Volken de Souza, Lucélia Hoehne, Eduardo Miranda Ethur, Raul Sperotto e Camille Eichelberger Granada (PPG em Biotecnologia). 

Além disso, estão estabelecidas parcerias de investigação com Universidades de todo o Sul do Brasil, como a Universidade de Caxias do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Ufrgs, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e o Instituto de Pesquisas Ambientais de São Paulo.

O projeto também integra a Rede Sul de Restauração Ecológica, reunindo integrantes da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do RS, de universidades e de organizações não governamentais (ONG). A Rede criada para debater sobre a recuperação e conservação dos ecossistemas destaca a importância da conservação de remanescentes de vegetação natural e incentiva estudos sobre restauração ecológica.

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