O mundo do futebol e da arbitragem foram os temas debatidos na palestra de abertura da Semana Acadêmica dos Cursos de Educação Física (bacharelado e licenciatura) da Univates, ocorrida nesta segunda-feira, dia 23. Em um bate-papo descontraído, o árbitro da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) Leandro Vuaden e os árbitros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Altemir Hausmann e Renata Schaefer abordaram o início de suas carreiras e os principais desafios enfrentados na função.
Vuaden destacou que gosta do que faz e não trilharia outro caminho profissional. “Quando fiz o curso de arbitragem, havia 176 candidatos para 30 vagas. No início, apitei muitos campeonatos de futebol amador e, com certeza, foi uma escola, uma grande aprendizagem. Para vocês terem uma ideia, na primeira partida que apitei, marquei 13 cartões amarelos. Claro, eu queria mostrar serviço”, brincou, diante de alunos e professores. “Fui xingado muitas vezes e já sofri agressão física, mas em todos os casos mantive a calma”, complementou.
O árbitro, que já apitou sete Grenais, explicou que as fases dos árbitros são três: Federação Gaúcha de Futebol (FGF); Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). “Apitar futebol é passar por várias situações. Não é só fazer o curso e ler livros com regras. É treinar constantemente. Nos últimos 10 dias, apitei cinco jogos, por isso o condicionamento físico é muito importante”. Vuaden ainda explicou que seu treinamento é monitorado via satélite, por meio de um relógio que identifica a velocidade, a frequência dos batimentos, entre outros, para que a CBF possa acompanhar os treinos de cada árbitro.
Quando questionado sobre a diferença entre apitar Argentina X Uruguai e um Grenal, ele responde: “O envolvimento com o Grenal não é apenas no dia do jogo. São os dias que antecedem e nos dias após a partida. A cobrança é muito maior. Quando coloco o pé para fora de casa para ir apitar o jogo, já escuto um vizinho indagando: Vê se não vai roubar lá no domingo, né? Mas, podem ter certeza que o árbitro sai de casa para fazer o seu melhor. Fico feliz quando saio do jogo e ninguém fala da arbitragem”, relata Vuaden.
Altemir Hausmann também explicou sobre sua trajetória e sobre sua participação na arbitragem da Copa na Coréia do Sul, em 2007, e salientou que o árbitro apita conforme o jogo pede. “Não há como apitar todos os jogos da mesma forma. Cada jogo é diferente”, afirma Hausmann.
O preconceito da figura feminina na arbitragem foi um dos destaques da fala da bandeirinha Renata Schaefer. “Por ser mulher, enfrentei muito preconceito. A mulher é muito mais cobrada. É necessário ter firmeza e se concentrar em cada partida.”
A Semana Acadêmica de Educação Física continua com diversas atividades e a programação completa pode ser conferida no site www.univates.br/eventos. Mais detalhes podem ser obtidos pelo telefone 0800 7 07 08 09.
Texto: Ana Paula Vieira Labres