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Artigos

Descomplicando a inovação

Por Bernardete B. Cerutti e Luciane Franke, professoras dos cursos de Gestão da Univates

Postado em 13/12/2024 11:55:05


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A inovação tem sido um dos conceitos mais discutidos nos ambientes de negócios atualmente, frequentemente associada a grandes invenções ou mudanças revolucionárias. No entanto, essa percepção pode levar a um entendimento equivocado, criando barreiras para empresas e profissionais que acreditam não estar preparados para inovar. É hora de descomplicar a inovação e compreender seu verdadeiro significado e impacto.

Embora muitas inovações estejam ligadas a avanços tecnológicos, o conceito vai muito além disso. Inovar significa introduzir algo novo ou melhorar algo existente, o que pode se traduzir em processos mais eficientes, novas abordagens de atendimento ao cliente ou até mesmo transformações culturais nas empresas.

Um exemplo do impacto da cultura organizacional nos processos de inovação é a Netflix. A empresa de streaming e produção de conteúdo, pioneira em seu modelo de negócios, fundamenta suas estratégias em uma cultura sólida, descrita em um memorando que define seus princípios centrais, identidade e expectativas de comportamento para os funcionários. Esse memorando, considerado por executivos como um dos mais influentes já produzidos no Vale do Silício, reflete a essência inovadora da Netflix. Para a empresa, a gestão da inovação está institucionalizada: é seu modo de ser.

Outro equívoco comum é acreditar que inovar exige altos investimentos financeiros. Inovações podem surgir de soluções simples e criativas para problemas recorrentes. Ajustar o layout de uma loja para melhorar a experiência do cliente ou otimizar a rotina de trabalho para ganhar tempo são exemplos práticos e acessíveis de inovação.

Além disso, muitas micro e pequenas empresas, ou até mesmo organizações mais tradicionais, acreditam que a inovação é exclusividade de startups ou grandes corporações. Na realidade, qualquer negócio, independentemente de porte ou segmento, pode e deve inovar. Adaptar-se às mudanças no mercado, ouvir os clientes e implementar melhorias são formas práticas de incorporar a inovação na empresa. Não é necessário criar um aplicativo ou desenvolver inteligência artificial para inovar; pequenas melhorias no cotidiano podem ter grandes impactos. 

A crença de que a inovação depende apenas de "grandes ideias" também merece ser desafiada. A inovação muitas vezes resulta de um processo contínuo de observação, aprendizado e ajustes. É mais sobre a execução consistente do que sobre a inspiração súbita.

Outro receio comum é que inovar implique em abandonar completamente práticas ou produtos já bem-sucedidos. Inovação não é sinônimo de ruptura total; trata-se de evoluir com o mercado e com as necessidades dos clientes, mantendo o que funciona e ajustando o que pode ser melhorado.

Para inovar de forma eficaz, é essencial que as empresas ofereçam um ambiente que estimule a criatividade e a colaboração. Incentivar a troca de ideias entre equipes, ouvir feedbacks e valorizar as sugestões dos colaboradores são práticas que fomentam a inovação. Ainda, reconhecer e aprender com erros é fundamental, pois a inovação frequentemente surge da experimentação.

Desmistificar a ideia de inovação é essencial para torná-la acessível e aplicável a todos os negócios. Inovação não é um luxo ou exclusividade, mas uma necessidade para qualquer empresa que deseja se manter relevante no mercado. Ao entender que inovar é sobre adaptação, melhoria contínua e foco no cliente, as empresas se abrem para oportunidades reais de crescimento e diferenciação.

Por fim, inovar não significa transformar o ambiente de trabalho em um espaço de entretenimento constante, onde atividades lúdicas dominam o cenário. A essência da inovação está em promover um ambiente colaborativo e inclusivo, que valorize o compartilhamento de ideias e experiências. O foco deve estar em criar condições para que os profissionais possam explorar sua criatividade de maneira direcionada, visando soluções práticas e impactantes. Trata-se de equilibrar inspiração e execução, garantindo que boas ideias sejam transformadas em ações concretas e resultados tangíveis.

Por Bernardete B. Cerutti (Lattes) e Luciane Franke (Lattes), professoras dos cursos de Gestão da Univates 

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