Com informações do Grupo A Hora
Análises conduzidas pelo Laboratório Unianálises, da Fundação Univates, em parceria com o projeto Viver Cidades, do Grupo A Hora, evidenciam a presença de substâncias que exigem atenção em rios e arroios do Vale do Taquari.
Os dados foram apresentados em um relatório recente, com coletas realizadas entre setembro e outubro de 2024, revelando os impactos das enchentes e a vulnerabilidade da qualidade hídrica na região.
Substâncias contaminantes
O estudo identificou contaminações por chumbo, cromo e mercúrio em pontos específicos do Rio Taquari:
Ponto 3: Antes da captação da Corsan, em Lajeado;
Ponto 4: Trecho em Cruzeiro do Sul;
Ponto 26: Região de Mariante, em Venâncio Aires.
Além disso, a análise microbiológica indicou alta presença de coliformes termotolerantes, sinalizando contaminação por esgoto doméstico e resíduos provenientes de enchentes.
Classificação dos recursos hídricos
Das 14 amostras microbiológicas, a classificação variou de Classe 1 (boa qualidade) até "Acima do Limite da Pior Classe" (extremamente crítica):
Classe 1: 36% das amostras;
Classe 2: 21%;
Classe 3: 7%;
Acima do Limite da Pior Classe: 36%.
Entre os pontos mais críticos, destacam-se o Arroio Lambari (Encantado), o Arroio Grande (Arroio do Meio), o Arroio Saraquá (Santa Clara do Sul) e o Arroio do Engenho (Lajeado).
Impactos das enchentes
Conforme Cristiano Steffens, biólogo responsável pelo estudo, as enchentes desempenham um papel importante na deterioração da qualidade da água. "As cheias transportam grandes volumes de resíduos sólidos, químicos e biológicos para os cursos d'água, agravando a contaminação", explica.
Importância do monitoramento
Matheus Mathias, do Unianálises, reforça o papel do monitoramento na preservação dos mananciais e na mitigação dos impactos das atividades humanas. "O monitoramento é essencial para avaliar os danos e propor soluções viáveis para preservar os recursos hídricos que sustentam comunidades e atividades econômicas", comenta.
Situação geral e perspectivas
Embora alguns locais apresentem melhora temporária devido à sedimentação após as enchentes, Steffens alerta que as condições dos rios e arroios continuam alarmantes, com limitações até para usos agrícolas. "Apenas com investimentos em saneamento básico e políticas de recuperação ambiental será possível reverter esse cenário", conclui.