A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recebeu, entre os dias 12 e 14 de novembro, o 40º Encontro Nacional dos Pró-reitores de Pós-graduação e Pesquisa (Enprop), reunindo mais de 200 dirigentes de universidades públicas, privadas e confessionais de todas as regiões do Brasil. O evento, que acontece no campus Pampulha, tem como tema "Assimetrias, desigualdades e complementaridades" e propõe um debate sobre os desafios enfrentados pela pós-graduação e pela pesquisa no país.
A Universidade do Vale do Taquari - Univates esteve representada no evento pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Carlos Candido Silva Cyrne, e pelo coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, professor Luís Fernando Saraiva Macedo Timmers.
A abertura oficial foi realizada na noite de terça-feira, 12, no auditório da Reitoria, com a palestra de Dalila Andrade Oliveira, diretora de Cooperação Institucional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e professora emérita da UFMG. Ela abordou o tema "A ciência no enfrentamento das assimetrias e iniquidades e a promoção de complementaridades". O evento seguirá até quinta-feira, com atividades no CAD 2.
Isabela Pordeus, pró-reitora de Pós-graduação da UFMG e uma das organizadoras do evento, destaca a importância de reduzir as assimetrias regionais no acesso à pós-graduação e nas oportunidades de pesquisa. Segundo Pordeus, enquanto estados como Minas Gerais apresentam uma maior concentração de instituições, outras regiões, como o Norte do Brasil, enfrentam limitações de oferta. É preciso valorizar as diferenças regionais e trabalhar de forma complementar para fortalecer as instituições e promover o desenvolvimento local, afirma.
A presença de representantes das principais agências de fomento também marca o encontro. Denise Pires de Carvalho, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e Carlos Arruda, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), estarão presentes, assim como Odir Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Fernando Reis, pró-reitor de Pesquisa da UFMG, ressalta que o encontro oferece uma oportunidade para discutir estratégias que impulsionem as universidades brasileiras, muitas das quais já possuem núcleos de excelência, mas precisam de mais investimentos e menos burocracia para fortalecer sua presença no cenário científico global.
Além das discussões sobre desigualdades regionais, o evento também abordará as assimetrias de gênero e raça na pós-graduação e pesquisa. Isabela Pordeus lembra que, apesar do aumento do número de mulheres na pós-graduação, ainda há uma sub-representação delas em posições de liderança e em cargos de pesquisa. A recente conquista de Rosy Mary dos Santos Isaías, primeira mulher negra a se tornar pesquisadora nível 1A do CNPq, é um exemplo de avanço, mas ainda longe de ser a norma.
O evento, vinculado ao Fórum Nacional de Pró-reitores de Pós-graduação e Pesquisa (Foprop), contará com palestras, debates, oficinas e apresentações de representantes da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e editoras como Elsevier, promovendo uma reflexão profunda sobre o futuro da ciência e da educação superior no Brasil.