Em outubro, a Universidade do Vale do Taquari - Univates firmou uma parceria com a empresa Morais e Maia Coleta de Eletrônicos, voltada para o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica. A iniciativa tem como objetivo fornecer materiais descartados para alunos dos cursos de Engenharia Elétrica, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia da Computação e Engenharia de Software, incentivando a construção de robôs de combate. A competição inaugural acontecerá nas instalações da Univates em dezembro.
A parceria prevê que os estudantes utilizem componentes eletrônicos reciclados para a construção de seus robôs. Esses materiais são provenientes de práticas de logística reversa, coletas comunitárias e descarte adequado de eletrônicos por parte da população. O uso de insumos reciclados reforça a importância da sustentabilidade, permitindo que os alunos tenham acesso gratuito às peças, desde que respeitem as diretrizes de uso consciente, evitando o desperdício de componentes reutilizáveis.
Morais e Maia, empresa especializada no reaproveitamento de resíduos eletrônicos, realiza a desmontagem de equipamentos e a separação de materiais como ferro, alumínio, plástico e cobre, que são destinados a empresas de reciclagem. Motores, conectores, fios, sensores e outros componentes, que ainda têm potencial de uso, ficam disponíveis para projetos, como o de construção dos robôs. A empresa também comercializa materiais reaproveitáveis para indivíduos e indústrias, incentivando a economia circular.
A competição de robôs envolve a aplicação prática de conceitos de sistemas embarcados, como movimentação, localização e estratégias de combate, aprendidos em sala de aula. Esses eventos, populares na mídia, costumam envolver altos custos para a construção dos robôs e riscos de danos significativos, devido ao uso de baterias de alta potência. A Univates, alinhada com suas políticas ambientais, opta por estimular a reutilização de materiais, uma prática que também reforça o compromisso dos alunos com a sustentabilidade.
Para o professor Alexandre Wolf, a destruição de componentes novos é contrária às práticas sustentáveis adotadas pela Universidade, especialmente quando se trata de robôs de combate. Segundo ele, a reutilização de materiais é uma prioridade, já que, após danificados, os equipamentos podem ser encaminhados novamente para descarte adequado. É mais estimulante explorar um depósito de materiais descartados do que um shopping center, pois encontro muitas ideias para projetos, afirma Wolf, que também é colecionador de computadores antigos.
A Morais e Maia ressalta que a reciclagem de eletrônicos começa com o descarte correto por parte da comunidade. A empresa promove campanhas de coleta em feiras e eventos locais, além de disponibilizar pontos de coleta em sua sede. A parceria com a Univates não só fortalece a visibilidade do trabalho da empresa, mas também sensibiliza a população sobre a importância do descarte consciente.
Na primeira edição da competição, duas turmas dos cursos de Engenharia participarão como um teste piloto para avaliar a viabilidade do projeto. Caso o evento seja bem-sucedido, a intenção é expandir a competição, exigindo uma infraestrutura ainda mais robusta. A construção dos robôs envolve um amplo conhecimento de Mecânica, Eletrônica e Programação, além de incentivar os estudantes a aplicarem os conteúdos aprendidos em aula de forma prática e competitiva.