A professora Lucélia Hoehne, da Universidade do Vale do Taquari - Univates, está em Portugal participando de um intercâmbio científico com duração de três meses, de setembro a dezembro de 2024, como parte do edital Ações de fomento à internacionalização de docentes vinculados aos Programas de Pós-Graduação PPGs. O objetivo dessa mobilidade é fortalecer as colaborações internacionais e aprimorar as pesquisas desenvolvidas no Brasil.
Durante o intercâmbio, a professora está colaborando com o Instituto Politécnico de Leiria, especificamente na unidade do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), em Peniche. Esta instituição se destaca pela pesquisa em ecologia de ambientes aquáticos, identificação de compostos bioativos, bioacumulação de nutrientes em algas, além de inovar em áreas como o reaproveitamento de resíduos marinhos e a impressão 3D de alimentos com frutos do mar.
A professora da Univates, que já possui uma linha de pesquisa consolidada em biotecnologia alimentar no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec), e exploração das propriedades das plantas alimentícias não convencionais e algas, vinculada ao programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), buscou essa oportunidade para aprender as técnicas de identificação de compostos bioativos e enzimáticos desenvolvidas pelo MARE. Ao mesmo tempo, ela está contribuindo com sua expertise, ensinando as técnicas de bioacessibilidade de alimentos, uma área em que a Univates é referência.
"Estamos promovendo uma troca de conhecimentos muito enriquecedora, o que certamente vai melhorar a qualidade das pesquisas que desenvolvemos tanto aqui quanto no Brasil", afirmou a professora. Além da colaboração com o MARE, ela também está aproveitando para estreitar laços com outros pesquisadores do Instituto Politécnico de Leiria e de outras instituições, como a Universidade de Aveiro, onde duas de suas doutorandas estão realizando doutorado-sanduíche, e conhecer e acompanhar análises com equipamentos analíticos em Cádiz, na Espanha.
Os resultados dessa parceria internacional não se restringem apenas à pesquisa. A professora destacou que o intercâmbio tem gerado frutos concretos, como a publicação de um capítulo de livro, um artigo e a elaboração de artigos científicos em conjunto. "Essa experiência tem permitido otimizar os procedimentos de pesquisa tanto na Univates quanto no IPLeiria, beneficiando ambas as instituições e aumentando nossa visibilidade internacional", explicou.
No campo do ensino, a professora também está acompanhando oficinas e explorando novas metodologias que serão adaptadas para suas aulas na Univates. "Essas experiências estão me ajudando a repensar e reestruturar as minhas práticas de ensino, contribuindo para uma formação ainda mais sólida dos nossos alunos."
A expectativa é que o aprendizado e as tecnologias exploradas durante o intercâmbio, especialmente nas áreas de purificação e determinação de compostos bioativos, tenham um impacto nas pesquisas que a professora coordena no Brasil. Ao final do período em Portugal, ela planeja aplicar essas novas técnicas em seus estudos na Univates, expandindo as possibilidades de inovação no campo da biotecnologia alimentar.