A professora Elisete Maria de Freitas, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade do Vale do Taquari - Univates, está participando de atividades na Universidad de Cádiz, na Espanha. O objetivo de sua viagem é acompanhar de perto os estudos realizados pelo Grupo de Alelopatia de Cádiz, que integra um dos mais avançados laboratórios de Química Orgânica do mundo, vinculado ao Departamento de Química Orgânica da Facultad de Ciencias.
Objetivos da visita
Elisete busca aprimorar os bioensaios que conduz no Laboratório de Botânica da Univates, vinculados ao projeto de pesquisa coordenado por ela, onde também orienta estudantes de pós-graduação em Biotecnologia. Essas pesquisas visam ao desenvolvimento de produtos naturais com ação herbicida e inseticida a partir de óleos essenciais e extratos vegetais.
Aqui estou desenvolvendo ensaios semelhantes aos que realizamos na Univates, mas com o intuito de aprimorar nossas práticas e conhecer novas análises para avaliar os efeitos desses produtos naturais sobre organismos-alvo (aqueles que causam danos econômicos em sistemas de cultivo). O objetivo é comprovar a eficácia desses como inibidores, principalmente na produção agrícola, explica a pesquisadora.
Dentre as práticas realizadas em Cádiz estão as que avaliam o uso de compostos secundários obtidos a partir de extratos e óleos essenciais, um dos avanços que a professora pretende obter com a visita à Universidad de Cádiz e com futuras parcerias.
Possibilidades de colaboração
Elisete vê, com a visita, a oportunidade de estreitar laços e estabelecer uma parceria formal entre a Univates e a Universidad de Cádiz. Já estamos organizando tudo para uma colaboração futura. Percebemos total relação entre os trabalhos desenvolvidos nas duas instituições, e os equipamentos disponíveis aqui em Cádiz são muito avançados. Isso abrirá portas, inclusive, para o envio de estudantes de pós-graduação para cá, revela a professora.
Novas metodologias
A professora pretende incorporar ao seu trabalho na Univates novas metodologias observadas na Espanha. Entre elas, destaca-se o isolamento de compostos dos óleos essenciais e dos extratos vegetais para testes mais específicos, além de uma técnica preliminar que avalia rapidamente a atividade herbicida dos produtos. Esse teste rápido, de apenas 24 horas, já indica se o extrato ou o óleo essencial possui atividade herbicida, descreve Elisete. Caso apresente inibição nesse teste rápido, é dada continuidade para testes mais avançados. Assim, ganha-se tempo e há menos investimento em materiais com produtos que eventualmente não tenham atividade herbicida.
Ela também planeja adotar novos programas de análise de dados, que permitam obter resultados de forma precisa e rápida. Além disso, a parceria com a Universidad de Cádiz possibilitará a caracterização mais completa dos compostos secundários das plantas estudadas.
Evolução dos estudos em Botânica
A troca de conhecimentos com pesquisadores da área de Química tem sido um dos pontos mais enriquecedores para Elisete. Tem sido uma oportunidade fantástica para agregar conhecimentos de química, essenciais para os estudos que realizamos. Estamos aprendendo novos tipos de ensaios e técnicas de avaliação, o que será um grande avanço para nossos trabalhos, conta a pesquisadora. Além disso, Elisete destaca a importância de parcerias entre diferentes áreas do conhecimento, algo que tem ficado mais evidente a partir de sua experiência no laboratório espanhol.
Impacto na comunidade científica da Univates
Elisete acredita que o impacto de sua viagem não se limitará a suas próprias pesquisas, mas se estenderá à comunidade científica da Univates. Ela vê grandes oportunidades de parcerias para outros professores do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da Instituição, que poderão colaborar com os pesquisadores de Cádiz. A estrutura aqui é incrível, com uma quantidade enorme de equipamentos de última geração. Existe uma grande abertura para colaborações, e a possibilidade de envio de estudantes para realizar parte de suas pesquisas aqui também é muito real, conclui. Outra pesquisadora do PPGBiotec, a professora Lucélia Hoehne, também acompanhou parte da viagem de Elisete na visita às estruturas laboratoriais da Universidad de Cádiz.