A Universidade do Vale do Taquari - Univates, em parceria com a Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã, lançou um projeto que visa envolver escolas em todo o Rio Grande do Sul na preservação das memórias da imigração. A iniciativa, intitulada “Documentando a Experiência da Imigração no Rio Grande do Sul”, tem como objetivo registrar relatos de familiares de estudantes sobre suas histórias de migração. O projeto abrange tanto a rede pública quanto a privada de ensino. Os contatos para esclarecimentos de dúvidas são o e-mail idiomas@univates.br ou o WhatsApp (51) 99805-0180.
A iniciativa busca engajar professores e estudantes no processo de coleta de depoimentos de familiares que guardam as memórias mais próximas do momento da chegada e das primeiras vivências de imigrantes no Estado. A proposta é que os alunos gravem entrevistas com seus parentes, utilizando um roteiro básico disponível on-line. Esse material será armazenado e preservado na Univates, formando um acervo audiovisual de grande valor histórico e cultural para as futuras gerações.
Para participar, as escolas interessadas podem acessar o site do projeto - no qual está disponível o edital - e conferir o roteiro de perguntas, além de orientações sobre a gravação dos depoimentos. “É uma oportunidade de os jovens conhecerem mais sobre suas origens e contribuírem para a preservação da história de suas famílias e comunidades”, destacou Tiago Weizenmann, pró-reitor de Ensino adjunto da Univates, durante o lançamento do projeto, em julho, na Universidade.
O projeto, além de seu caráter educativo, pretende estreitar os laços familiares e valorizar as histórias de vida que compõem o passado do Estado. "A iniciativa vai muito além de um registro histórico. Ela promove o fortalecimento dos vínculos familiares e culturais, além de contribuir para a construção de uma memória coletiva sobre a imigração", afirmou Rafael Koerig Gessinger, presidente da Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã.
As escolas desempenham um papel central na mobilização de estudantes e suas famílias para participarem do projeto. A proposta é que os professores trabalhem em sala de aula temas relacionados à imigração, preparando os alunos para realizar as entrevistas. A coordenadora regional de educação, Cássia Cristina Benini, reforçou a importância do engajamento das escolas na preservação dessas histórias.
A expectativa é que o material coletado possa ser utilizado em pesquisas futuras e contribua para um melhor entendimento dos processos migratórios que marcaram o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. “Este acervo será um recurso inestimável para historiadores e pesquisadores, além de um legado para as próximas gerações”, completou Weizenmann.
A proposta também inclui a tradução das entrevistas para inglês e alemão, ampliando o alcance e a relevância do material produzido. “Queremos que essas memórias sejam acessíveis não apenas para os gaúchos, mas para um público global que se interessa pela história da imigração”, disse André Agne Domingues, diretor-geral da Secretaria da Educação do Estado.
O projeto tem como uma de suas bases o uso da tecnologia como ferramenta para a preservação da história. Com o uso de celulares e equipamentos simples, qualquer estudante pode participar, tornando o processo inclusivo e acessível.
Além das escolas, a participação de instituições culturais e museológicas também está sendo incentivada, para que possam colaborar com a preservação e divulgação desses registros. A Univates está à frente da organização e catalogação do material, que ficará disponível para consulta pública.
O cônsul-geral da Alemanha em Porto Alegre, Marc Bogdahn, destacou a importância de documentar essas histórias, especialmente em um momento em que o Rio Grande do Sul enfrenta desafios com as recentes enchentes que atingiram a região. “A imigração é parte da identidade do povo gaúcho, e este projeto fortalece essa conexão”, disse.
As escolas interessadas em participar do projeto “Documentando a Experiência da Imigração no Rio Grande do Sul” podem se inscrever a partir de agora e mobilizar suas equipes pedagógicas para o desenvolvimento das atividades necessárias. A expectativa é que o projeto se torne uma das grandes contribuições do Bicentenário para o resgate e a valorização das raízes culturais do Estado.
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