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Graduação

Estudo avalia o conhecimento das mulheres sobre as vulvovaginites e a saúde ginecológica

Por Kirill Vasilev

Postado em 05/09/2024 07:11:24


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Um estudo recentemente publicado e realizado com 175 mulheres revelou um panorama significativo sobre o conhecimento das participantes em relação às vulvovaginites e à saúde ginecológica. A pesquisa, conduzida de forma transversal entre março e abril de 2022, destacou a importância da educação e da orientação médica para o manejo adequado dessas infecções comuns, que afetam grande parte da população feminina.

A pesquisa foi conduzida por Vitória Dresch Xavier, estudante do curso de Medicina, e pelas professoras Geórgia Muccillo Dexheimer e Maiara Conzatti, do curso de Medicina da Universidade do Vale do Taquari - Univates. O estudo foi publicado na Fêmina, uma publicação oficial da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. 

Entendendo o estudo

O estudo teve como objetivo principal avaliar o nível de conhecimento das mulheres sobre vulvovaginites, assim como a prevalência de autodiagnóstico e automedicação. Composto por um questionário de 20 questões, o levantamento foi disponibilizado nas plataformas Facebook, Instagram e WhatsApp e contou com a participação voluntária de mulheres maiores de 18 anos, todas devidamente informadas e de acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Dentre as 141 respostas válidas, a média de idade das participantes foi de 25,1 anos, com faixa etária variando entre 18 e 59 anos. Os dados revelaram que 77% das mulheres analisadas têm Ensino Superior completo ou incompleto, um fator que, segundo as pesquisadoras, pode estar relacionado ao elevado nível de conhecimento sobre questões ginecológicas. De fato, 95,7% das participantes afirmaram saber o que são vulvovaginites.

As vulvovaginites, que englobam infecções na vulva e na vagina, são condições comuns entre as mulheres, com uma incidência de 94,3% entre as participantes do estudo. O sintoma mais frequentemente relatado foi o corrimento vaginal, mencionado por 80,1% das entrevistadas. Contudo, apenas 39% realizaram exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico, o que levanta uma preocupação quanto à precisão no tratamento dessas infecções.

Outro ponto relevante do estudo foi a observação de que 84,4% das participantes recorreram ao uso de medicamentos para tratar a infecção, sendo que 77,3% utilizaram fármacos prescritos por médicos. Isso sugere uma baixa taxa de automedicação, o que é positivo, considerando os riscos associados ao uso indiscriminado de medicamentos.

A automedicação, frequentemente associada ao autodiagnóstico, pode levar a complicações, como o desenvolvimento de resistência a medicamentos e a reincidência das infecções. O estudo apontou que 31% das mulheres basearam seus diagnósticos em pesquisas na internet ou em opiniões de conhecidos, o que pode ter comprometido a eficácia do tratamento.

Os dados também indicaram que 91,6% das mulheres que usaram medicamentos para tratar sintomas de condições vaginais o fizeram com orientação médica. Isso contrasta com o fato de que muitos dos medicamentos utilizados para tratar candidíase, como antifúngicos orais, são vendidos sem a necessidade de receita médica, facilitando o uso sem supervisão.

O estudo revelou que as práticas de automedicação não se restringem apenas ao uso de fármacos convencionais. Cerca de 42% das participantes que se automedicaram recorreram a produtos alternativos, como chás e óleos naturais. O chá de camomila, por exemplo, que foi mencionado por 13% das mulheres, tem propriedades antifúngicas comprovadas. Já o óleo de coco, escolhido por 8% das participantes, é conhecido por seus ácidos graxos que ajudam a combater infecções bacterianas.

No que diz respeito ao exame citopatológico (CP) do colo uterino, conhecido popularmente como papanicolau, o estudo revelou que 79% das participantes já realizaram o exame, embora a maioria tenha menos de 25 anos, faixa etária não contemplada nas recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento de câncer de colo uterino. Esse dado sugere uma maior preocupação das jovens com sua saúde ginecológica, mas também aponta para uma possível falta de informação sobre as diretrizes de prevenção.

A pesquisa destacou a importância da educação em saúde para garantir que as mulheres compreendam melhor suas condições ginecológicas e saibam quando buscar atendimento médico. Mesmo entre as participantes com bom nível de escolaridade, foi possível observar que o conhecimento e a realização de exames complementares ainda não são ideais, indicando a necessidade de mais campanhas de conscientização.

Em conclusão, o estudo evidenciou que, embora a maioria das mulheres entrevistadas tenha um bom nível de conhecimento sobre vulvovaginites, ainda há espaço para melhorias, especialmente em relação à realização adequada de exames diagnósticos e à prevenção de práticas de automedicação inadequadas. A pesquisa reforça a ideia de que a educação em saúde é essencial para a prevenção e o tratamento eficaz de infecções ginecológicas, contribuindo para uma melhor qualidade de vida das mulheres.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Univates, e todos os dados foram tratados de forma a garantir a privacidade das participantes, respeitando as diretrizes da Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde.

Sequência da investigação 

“Neste semestre estamos dando sequência ao estudo com outras duas alunas de Medicina ‒ Alessandra Lucchesi e Camila Dalcin ‒, fazendo a pesquisa aliada à prática. Assim, mulheres que apresentam vulvovaginites podem responder a um questionário e também realizar a coleta de secreção vaginal para análise especificamente de Candida sp., um fungo prevalente em vulvovaginites. Faremos identificação de espécie e o teste de antifungigrama para avaliar o perfil de resistência do microrganismo. A seleção de participantes e as coletas de amostras estão sendo iniciadas neste mês”, detalha a professora Geórgia. 

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