Os Jogos Olímpicos de Verão de 2024, oficialmente denominados Jogos da XXXIII Olimpíada, são um evento multiesportivo internacional cuja abertura aconteceu em 26 de julho e que se estende até 11 de agosto de 2024, na França.
Paris é a principal cidade anfitriã, com eventos espalhados por outras 16 cidades na França Metropolitana e uma subsede no Taiti, localizada na Polinésia Francesa, um território ultramarino francês.Participam 206 países e um total de 10.714 atletas competindo em 329 eventos, distribuídos em 32 esportes e 48 disciplinas.
Neste texto, o professor Leonardo De Ross Rosa, da Área de Ciências da Saúde da Univates, reflete sobre a expectativa para os jogos e os desafios de fazer esporte no Brasil.
Jogos Olímpicos de Verão de 2024: a expectativa e os desafios
Por Leonardo De Ross Rosa
Não sei vocês, mas eu espero muito por este momento Quatro anos de espera. Da espera do encerramento de mais um ciclo olímpico, ou melhor, da hora de colocar a cereja no bolo. Para o atleta é assim, a Olimpíada é o cume da montanha que ele começou a escalar no dia seguinte ao término dos Jogos Olímpicos anteriores.
São 45 modalidades para todos os gostos que promovem um turbilhão de emoções em quem se conecta de alguma forma, e talvez por isso o esporte seja tão apaixonante. Para quem assiste é um entretenimento. Para quem joga, é um misto de êxtase e frustração e lidar com isso é a chave. Mesmo porque, ao longo do tempo, são muito mais perdas do que glórias. A propósito, bem parecido com a vida normal Vai da esperança em um Hugo Calderano, que faz história no Tênis de Mesa, à doçura do pedido de um abraço da nossa maior judoca Mayra Aguiar ao repórter, logo após ser derrotada e perder as chances de medalha em sua 5ª olimpíada.
A vida de atleta e de quem lida com esporte no Brasil não é fácil Primeiro, porque uma parcela considerável da população não considera o esporte como meio de vida. Se não há reconhecimento, e isso não significa aplauso (e atleta que ganha não é herói, ele trabalha para isso), mas tão somente entender que existe, o estabelecimento de uma cultura esportiva fica longe do real. Segundo, porque a cada final de ano ou temporada, a incerteza é o sentimento de quase todos, inclusive de medalhistas.
Isso porque, diferente do emprego em uma empresa, no esporte os ciclos, via de regra, são anuais e têm previsão de fim. Termina o ciclo, ele pode ou não estar empregado no ano seguinte. Ele pode ou não ter patrocínio, ele pode ou não ter local para treinar, ele pode ou não ter um treinador No entanto, a casa continua, a família continua, a escola de filhos continua, as contas continuam.
Ok, mas se é um ambiente de incertezas e que proporciona mais choro do que risos, porque então ter o esporte como uma cultura (e aqui me nego a falar em investimento, pois este pode ser eventual)? Bem primeiro porque os números são consistentes: o esporte movimenta mais de R$ 31 bilhões ao ano, o que equivale a aproximadamente 3,3% do PIB brasileiro. São milhões de empregos nos principais setores do esporte, que vai desde quem pratica, passando por quem veste o atleta, o profissional de saúde até quem comunica e divulga o resultado.
Segundo, porque o esporte, este grande promotor de emoções, talvez seja o maior incentivo para que deixemos o sedentarismo e passemos a contribuir com a nossa saúde, física e mental, e com a coletividade, reduzindo custos com a saúde da população.
A propósito: assistindo às competições não deu vontade de sair do sofá?