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Artigos

O cooperativismo gaúcho e seus impactos

Por Júlia Elisabete Barden, Carlos Cândido da Silva Cyrne e Fernanda Cristina Wiebusch Sindelar

Postado em 03/07/2024 09:10:46


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No próximo dia 6 de julho será celebrado o Dia C, data dedicada a integrar e dar visibilidade às ações socioambientais desenvolvidas pelo cooperativismo brasileiro. O tema da campanha deste ano é “Juntos fazemos mais pelas pessoas e por comunidades inteiras”. Esse dia especial, sempre realizado na primeira semana de julho, mobiliza milhares de cooperativas e voluntários envolvidos em ações que beneficiam milhares de pessoas e comunidades por todo o Brasil. O Dia C demonstra a força do cooperativismo e que a relevância das cooperativas se estende além de sua função econômica, confirmam-se fundamentais na mediação de problemas sociais e na promoção do desenvolvimento local e regional. Quando se trata do Rio Grande do Sul, o movimento promovido pelo cooperativismo é diário e contínuo, sobretudo quando analisamos a presença desse importante segmento nas atividades econômicas do Estado. Presente em diferentes ramos, o cooperativismo gaúcho se destaca como terceiro estado em relação à quantidade de cooperativas e o primeiro com o maior número de cooperados.

De modo geral, ao analisar a presença das cooperativas no território gaúcho por meio de uma metodologia denominada Quociente Locacional ‒ QL (medida utilizada para aferir as especializações das regiões, ou seja, quantas vezes um município se dedica a uma determinada atividade econômica frente ao Estado), e utilizando como variável de análise a quantidade de empregos formais da RAIS, é possível constatar que: a) mais da metade dos municípios do RS são classificados como especializados, ou seja, o número de empregados em cooperativas é mais importante no município do que na economia estadual; b) a criação de empregos em cooperativas tem sido mais dinâmica do que em relação aos demais setores; c) e, geograficamente, observa-se que a especialização, embora desigual, está mais presente na metade Norte e Nordeste do Estado. Historicamente, a Região Norte do RS desenvolveu a economia baseada na agroindústria, a partir de minifúndios, muitos deles com vínculos com cooperativas, diferentemente de outras regiões.

Ao longo dos últimos anos, verificou-se um aumento da presença de cooperativas no território gaúcho. Segundo dados da RAIS, em 2022 somente 11 municípios não registraram nenhum vínculo ativo em cooperativas. Por outro lado, em alguns municípios o emprego formal dependeu em torno de 60% das oportunidades geradas pelas cooperativas.

No ramo crédito as cooperativas contam com unidades de atendimento em praticamente todos os municípios gaúchos, existem localidades em que é a única opção de acesso aos serviços bancários. Ou seja, neste ramo as cooperativas desempenham um importante papel econômico e social, promovendo acesso ao sistema financeiro e inclusão financeira, elementos fundamentais para a promoção do desenvolvimento econômico dos territórios. Além disso, em 2022 as cooperativas de crédito geraram 18.287 empregos, que correspondem a cerca de 30% dos empregos gerados pelas instituições financeiras no RS. Por outro lado, as cooperativas de crédito são instituições financeiras sem fins lucrativos, constituídas para prestar serviços a seus associados, pois no cooperativismo de crédito todos os correntistas são donos do negócio.

O cooperativismo é um modelo que ultrapassa o objetivo econômico, baseado em princípios e valores, que carrega em sua identidade a gestão democrática e participativa na busca do desenvolvimento econômico e social das comunidades nas quais está inserido.

*Os dados apresentados fazem parte de estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa Desenvolvimento e Sustentabilidade, cadastrado no CNPq e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates.

Júlia Elisabete Barden é doutora em Economia com ênfase em Economia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e docente e pesquisadora na Univates. 

Carlos Candido da Silva Cyrne é doutor em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, docente e pesquisador na Univates.

Fernanda Cristina Wiebusch Sindelar é doutora em Ciências: Ambiente e Desenvolvimento pela Univates e docente e pesquisadora na Univates.

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