A professora Lucélia Hoehne, doutora em Química pela Universidade do Vale do Taquari - Univates, participou do International Conference on Wastewater Treatment and Management Systems (ICWTMS - 24) em Madri, na Espanha. O evento, realizado nos dias 29 e 30 de abril de 2024, reuniu cientistas, acadêmicos, profissionais da indústria e especialistas renomados em diversas áreas.
A conferência teve como objetivo principal compartilhar técnicas avançadas, habilidades e as últimas descobertas em campos como ciência, tecnologia, meio ambiente, saúde, educação, negócios e história, proporcionando um espaço para a troca de conhecimentos e novas conexões.
Durante o evento, a professora Lucélia apresentou o trabalho intitulado de "Degradação da amoxicilina, avaliação da atividade antimicrobiana e toxicidade dos produtos após tratamentos com processos oxidativos avançados".
Este estudo, desenvolvido por meio dos Programas de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) e em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD) da Univates, busca entender como a amoxicilina, um dos antibióticos mais consumidos no mundo, após seu consumo, pode afetar o ambiente e como desenvolver métodos para reduzir esses riscos. Após ser ingerido, seus metabólitos não absorvidos no corpo são descartados em efluentes. E, se não tratados adequadamente, podem prejudicar o meio ambiente, resultando em bactérias super-resistentes.
Divulgação - Acervo Pessoal
O estudo apresentado por Lucélia foi desenvolvido por meio do PPGBiotec e do PPGAD da Univates
Conforme Lucélia, "se as bactérias ficarem expostas a esse fármaco, elas acabam se adaptando e os fármacos não são mais eficazes quando as pessoas os usam para combater microrganismos".
Sendo assim, o estudo visou aplicar irradiação com luz ultravioleta e peróxido de hidrogênio, um dos tratamentos oxidativos avançados usados para decompor compostos de difícil degradação. Testes com diferentes concentrações e tempo de irradiação foram feitos. E também foi avaliado se, após tratamentos, a amostra não ficou mais tóxica do que a original. Assim, nas concentrações de 125 mg L-1 de amoxicilina, usando 3 mmol L-1 H2O2 e 25 min de irradiação com uma lâmpada UV de 95 W, houve mais de 90% de degradação e não apresentou toxicidade para a Artemia salina (microcrustáceo usado para teste de toxicidade). Assim, conforme a pesquisadora, essa proposta pode ser uma alternativa para garantir a degradação desse micropoluente de forma segura e atestar a qualidade das águas e a saúde de seus consumidores.
Para ela, a participação no evento foi "muito importante, pois, além de divulgar nossas pesquisas da casa, conheci demais pesquisadores que também trabalham nessas linhas, bem como demais tratamentos avançados de águas que, com certeza, podem ser implementados. Ainda, sempre é válido fazer conexões e divulgar internacionalmente a pesquisa brasileira", concluiu a professora.