Os formandos do curso de Fisioterapia da Universidade do Vale do Taquari - Univates estão fazendo a diferença na comunidade de Cruzeiro do Sul. Em parceria com a Secretaria de Saúde do município, as práticas de estágio obrigatório em saúde coletiva foram reorganizadas. Dessa forma, os estudantes de Fisioterapia estão atuando em dois abrigos do município, oferecendo cuidados essenciais às pessoas em situação de abrigo.
De acordo com a coordenadora do curso de Fisioterapia, Lydia Koetz Jaeger, as atividades de estágio do curso de Fisioterapia estavam programadas para ocorrer no início do semestre nas cidades de Arroio do Meio e Estrela. No entanto, devido à situação de calamidade que impossibilitou o deslocamento para essas localidades, o curso buscou alternativas.
Foi então que identificamos o município de Cruzeiro do Sul como um potencial parceiro para o desenvolvimento das atividades de estágio do curso. Após diálogo com a Secretária Municipal de Saúde, decidimos concentrar nossas ações em dois abrigos da cidade, explicou Lydia.
Inicialmente, professores e estudantes conversaram com os moradores e entidades que atuam no local para identificar as demandas da comunidade e, posteriormente, planejaram uma ficha de avaliação das necessidades de saúde da população.
Ao todo são 16 estudantes envolvidos na atividade, orientados e acompanhados pelos professores Glademir Schwingel, Mariana Job Kasper e Lydia Koetz Jaeger.
Conforme Lydia, o esforço dos estudantes já está gerando impacto positivo.
Durante as triagens realizadas, foi possível articular as ações de cuidado com a rede de atenção básica e hospitalar de pacientes que necessitam de atendimentos específicos, bem como estão sendo realizados atendimentos fisioterapêuticos individuais para pessoas que necessitam de reabilitação.
Esta iniciativa demonstra o quanto a Fisioterapia deve estar próxima das pessoas. Nesse pouco período que iniciamos as atividades, já é perceptível o vínculo entre os moradores e estagiários. Temos a consciência do quanto estamos vivendo uma situação de calamidade e que várias pessoas perderam suas referências de território. Esse sofrimento é perceptível. Poder fornecer apoio nesse momento é fundamental para a formação cidadã dos nossos estagiários, ressaltou Lydia.
A acadêmica formanda de Fisioterapia Laura Lemes da Silva recorda que uma das primeiras ações do grupo foi abordar individualmente as pessoas nos abrigos, buscando entender suas necessidades e principais queixas. Desde então, os estagiários contribuíram em atendimentos de recém-nascidos até de idosos, com orientações simples em educação em saúde ou com tratamentos especializados, como a fisioterapia respiratória, ortopédica e neurológica.
Embora a atuação do fisioterapeuta geralmente se concentre em questões musculoesqueléticas ou de reabilitação, o nosso papel vai além. Acima de tudo, somos profissionais de saúde e, em momentos de calamidade, nossa contribuição é essencial na identificação, atendimento e encaminhamento das demandas emergentes. Durante o estágio, tenho aprendido que é possível impactar positivamente na vida das pessoas com gestos simples e práticos, mesmo diante de recursos limitados, concluiu a estudante.
As atividades iniciaram no dia 20/05 e estão programadas para ocorrer até a semana do dia 12/07.