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Álbum biográfico reúne histórias de escritoras e poetas indígenas de diversas regiões do Brasil.
A sensação que eu tenho é de gratidão aos meus ancestrais indígenas pelos ensinamentos e por mostrarem um caminho de bem viver com a nossa mãe Terra, que nos dá de comer e beber, responde Cláudia Patrícia Nunes Almeida quando perguntada sobre o que sentiu ao vencer o 65º Prêmio Jabuti no eixo Inovação - Fomento à Leitura com o Álbum Biográfico Guerreiras da Ancestralidade.
A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino (PPGEnsino) da Universidade do Vale do Taquari - Univates produziu a obra junto com outras integrantes (63 escritoras e 12 lideranças) do coletivo literário feminista Mulherio das Letras Índigenas, cuja fundadora e coordenadora é Eva Potiguara, do Rio Grande do Norte.
O álbum que Cláudia ajudou a escrever reúne, em 204 páginas, histórias de escritoras e poetas indígenas de diversas regiões do Brasil. Além das trajetórias individuais das autoras, o livro também sintetiza as narrativas históricas, as raízes, as ancestralidades, os desafios, os conflitos e as vitórias que moldam a vida coletiva dos povos em territórios indígenas e nas cidades. Queremos que o público tenha acesso à literatura indígena e que conheça nossa cosmologia, nossas crenças e nossos saberes culturais. A obra está repleta de prosas e poesias que descrevem nossa cultura, explica a doutoranda.
De acordo com a escritora, a publicação do álbum é uma celebração de identidade e resistência.
Antes de ingressar no doutorado, Cláudia foi aluna do programa de mestrado em Ensino da Instituição. Ela conta que a inserção no meio acadêmico lhe possibilitou enxergar como a ciência, somada a outros saberes, ajuda a ir além daquilo que se vê. Acredito que, de alguma forma, a Univates também me auxiliou na escrita do álbum. Participar do grupo de pesquisa Currículo, Espaço e Movimento (CEM) foi, sem dúvidas, um divisor de águas para mim. Todas as informações com as quais entramos em contato durante nossa jornada têm o poder de nos complementar, de nos afetar e formar. Sou grata aos meus professores, que compartilharam comigo seus conhecimentos e ajudaram a me transformar na pesquisadora que sou hoje, finaliza.
Baixe o Álbum Biográfico Guerreiras da Ancestralidade
O álbum foi distribuído gratuitamente em todo o território nacional, e um dos exemplares também está disponível na Biblioteca da Organização das Nações Unidas (ONU), localizada em Genebra, na Suíça. Você pode baixar a obra em versão e-book clicando aqui.
Saiba mais sobre o Prêmio Jabuti
Concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), o Prêmio Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do País. Foi idealizado em 1959 por Edgard Cavalheiro, então presidente da CBL, para premiar anualmente autores, editores, ilustradores e livreiros que se destacam no cenário editorial.
O prêmio se chama Jabuti, pois, de acordo com a CBL, na primeira edição da premiação, o Brasil passava por um momento cultural e político influenciado pelos movimentos modernista e nacionalista. Os artistas e escritores da época valorizavam as figuras míticas, típicas da cultura popular brasileira. Assim como Monteiro Lobato, que frequentemente fazia referência à figura do jabuti em suas obras, a CBL escolheu o animal para representar a premiação.