O projeto de extensão Vem Pra Cá, da Universidade do Vale do Taquari Univates, oportuniza aulas de português como língua adicional para os imigrantes residentes na região do Vale do Taquari. Neste ano, as aulas estão sendo ministradas nas terças-feiras, no turno da manhã, das 9h às 11h, no Colégio Castelo Branco.
Uma atividade recentemente conduzida por docentes e estudantes buscou uma ponte entre o Ensino e a Extensão, dois pilares do fazer universitário, por meio de uma interação entre a sala de aula e a prática social - uma das características do modelo de graduação adotado pela Univates conhecido como Aula+.
Com a finalidade de contribuir com o processo de aprendizagem do português pelos imigrantes que participam do projeto de extensão Vem Pra Cá, estudantes do componente curricular Estúdio Criativo - ESC, dos cursos de graduação em Economia Criativa da Univates (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Design) desenvolveram o protótipo de um aplicativo que permite o acesso a textos literários, incentivando os imigrantes a ler e a conhecer a literatura brasileira.
A proposta iniciou com o desafio feito aos estudantes para o desenvolvimento de uma solução criativa voltada para os meios digitais, sendo necessário selecionar um dos projetos de extensão da Univates para a definição da comunidade e tema. Um dos grupos decidiu trabalhar em interface com o projeto Vem Pra Cá.
Para entender a demanda e propor uma solução, os estudantes realizaram pesquisas e entrevistas, entre elas com a coordenadora do projeto de extensão, professora doutora Maristela Juchum. Na tentativa de aliar o incentivo à leitura digital no dia a dia dos imigrantes que participam das aulas do projeto, para que possam ter contato, a qualquer momento e de fácil acesso, com o idioma que buscam aprender, os estudantes também constataram que a maioria dos alunos tem smartphone - o que foi fator decisivo na escolha pelo desenvolvimento de um aplicativo mobile.
A estudante Ana Paula Parizotto, uma das integrantes do grupo que esteve envolvida com a atividade, diz que através dos meios digitais, nosso objetivo foi incentivar a leitura dos imigrantes, melhorando o processo de aprendizado de um novo idioma e facilitando o acesso à informação. Escolhemos o Vem Pra Cá pois desde o início queríamos desenvolver algo em que a leitura fosse fator principal e pudesse realmente ajudar na vida das pessoas, e foi pensando nos imigrantes que estudam no Vem Pra Cá que encontramos nosso público ideal, descreve a jovem.
Segundo ela, o resultado final que conseguimos obter com a criação do protótipo do nosso aplicativo foi muito positivo. O e.Lê demonstra que apresentar a leitura digital aos imigrantes é sim um caminho construtivo no processo de aprendizagem de um novo idioma e que os meios digitais devem cada vez mais serem ferramentas relevantes nesse processo, complementa.
Integrantes do grupo:
Liderança - Ana Paula Parizotto
Estratégias - Bruna Thayne Schmitt e Thales Rosa Duarte
UX/UI - Carolina Heberle, Monica Alves e Marina Tais Schneider
Mídias - Yasmin Bueno Bonatto, Eduarda Lima Severo, Ana Carolina Baller Rohsig e Marina Mayer
Processos Criativos: Cecilia Hofle, Miguel Martins, Rafael Dalmolin, Fabrício Majolo, Beatriz Coletti e Taina Bergamaschi
Material autêntico
O material de ensino utilizado nas aulas do Vem Pra Cá é produzido pelos professores e estudantes integrantes do projeto de extensão Veredas da Linguagem, também desenvolvido pela Univates. O material é dividido em unidades didáticas, que mantêm uma temática, mas seguem um percurso didático definido e distribuído em seções que envolvem o estudo da língua em uso e a gramática.
Sua criação decorre, não só da necessidade de usar um material autêntico e vinculado ao contexto da região em que os imigrantes se inserem, como também da necessidade de facilitar o trabalho de voluntários que ministram essas aulas semanalmente. A elaboração das unidades se baseia na concepção de linguagem como prática social, pautada em temas que visam a contribuir para a inserção desses alunos na sociedade.