O cooperativismo é mais que um modelo de negócios, é um modelo ou uma doutrina que pressupõe a resolução de problemas por meio da união ou associação de um grupo de pessoas. É um movimento que visa ao desenvolvimento econômico e social para que se possa construir uma sociedade mais equilibrada, justa, solidária e com melhores oportunidades para todos.
Com essa filosofia as pessoas se juntam para gerir e solucionar um problema, e dessa união podem nascer as cooperativas. As cooperativas são organizações centradas nas pessoas, de propriedade conjunta e geridas de maneira democrática pelos e para seus cooperados, com o objetivo de atender necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns, a partir de um conjunto de princípios e valores.
No Brasil, no ano de 2021, existiam 4.880 cooperativas registradas no Anuário do Cooperativismo. E só no Rio Grande do Sul eram cerca de 420. Além disso, conforme dados do Anuário, mais de 2.535 cooperativas tinham mais de 20 anos de criação.
As cooperativas no Brasil são divididas em sete ramos:
Agropecuário
Consumo
Crédito
Infraestrutura
Saúde
Trabalho e Produção de Bens
Serviços
Transporte
Desde que o movimento surgiu, existem princípios a serem seguidos, os quais são revisados de tempo em tempo. Atualmente são sete. Esses princípios, por meio dos quais todas as cooperativas se regem, têm correlação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas - dado que todos os princípios estão relacionados com pelo menos dois dos 17 ODS.
Desde que o movimento surgiu, existem princípios a serem seguidos, os quais são revisados de tempo em tempo. Atualmente são sete. Esses princípios, por meio dos quais todas as cooperativas se regem, têm correlação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas - dado que todos os princípios estão relacionados com pelo menos dois dos 17 ODS.
Dessa forma, as organizações cooperativistas podem ser muito importantes para que a sociedade avance na agenda da sustentabilidade, já que têm um triplo papel: como atores econômicos, grupos sociais e organizações democráticas. As cooperativas e seus associados podem beneficiar a comunidade de diversas maneiras, pois estão diretamente ligadas ao território local e aos grupos vulneráveis. Elas têm a capacidade de enfrentar problemas estruturais de exclusão, insustentabilidade e desigualdade. Além disso, as cooperativas enfatizam a importância da cidadania ativa e da participação democrática.
Quais são os Sete Princípios do Cooperativismo?
1. Adesão livre e voluntária: as cooperativas são voluntárias, abertas a todas as pessoas que queiram participar, quando seus pressupostos e atuação estão alinhados aos objetivos pessoal e econômico do sujeito. Os membros têm de estar dispostos a assumir suas responsabilidades como membros. Não pode existir qualquer discriminação.
2. Gestão democrática: as cooperativas são organizações democráticas, então seus membros participam ativamente na formulação de suas políticas e na tomada de decisões. Os membros escolhem seus representantes dentre os demais membros, que se convertem em responsáveis perante eles.
3. Participação e controle econômico pelos associados: nas cooperativas os membros contribuem equitativamente para o capital da cooperativa e controlam-no democraticamente.
4. Autonomia e independência: as cooperativas são independentes, autônomas e controladas por seus membros. No caso em que se firmam acordos com outras organizações, públicas ou privadas, têm que assegurar que o controle democrático da cooperativa siga com os membros.
5. Educação, formação e informação: as cooperativas têm que promover a educação e formação dos seus membros, comprometendo-se com o futuro dos afiliados, do movimento do cooperativismo e das comunidades. Dessa maneira os membros garantem o desenvolvimento e o futuro de suas comunidades.
6. Intercooperação: é trabalhar em conjunto com outras cooperativas para o fortalecimento do movimento e dos princípios do cooperativismo. Isso pode acontecer em vários níveis, desde estruturas locais até estruturas internacionais; também entre cooperativas do mesmo sistema; ou com cooperativas de outros sistemas; e com cooperativas de outros ramos do cooperativismo.
7. Compromisso com a comunidade: por último, as cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão inseridas. As cooperativas têm o compromisso de trabalhar pelo bem comum. Por isso, procuram por investimentos em projetos que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos.
O cooperativismo é amplamente reconhecido como um mecanismo fundamental para estimular tanto o desenvolvimento econômico quanto o desenvolvimento social, por meio da geração e distribuição de renda, além de promover o fortalecimento do capital social nas comunidades que o adotam. Além disso, as cooperativas possuem em seus princípios a preocupação com o meio ambiente e, por isso, podem ser consideradas atores-chave na implementação de ações de impacto voltadas para o alcance do desenvolvimento sustentável, seguindo a estratégia da ESG (ver mais aqui), que está também relacionada com os ODS.
Por último, essas organizações cooperativas buscam materializar benefícios sociais e econômicos para seus associados e para a comunidade em que se desenvolvem. O sistema cooperativo é considerado socialmente responsável (se seguem os seus princípios e a identidade cooperativa), uma vez que procura atender tanto aos anseios de seus cooperados quanto de seus parceiros, e assim colaborar para o desenvolvimento econômico e social das regiões em que atua, com vistas à construção de um futuro melhor e mais sustentável.
Autoavaliação da sustentabilidade nas cooperativas é pauta de projeto de pesquisa na Univates. São duas linhas de pesqusia vinculadas ao projeto, uma que estuda esse modelo de organização em uma perspectiva estadual e a outra no cenário nacional.
Referências
1) O que é cooperativismo — SistemaOCB — Somos Cooperativismo
2) Os 7 princípios do cooperativismo — Sicredi — 7 princípios do cooperativismo
