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Ciências Humanas, Eventos, Institucional

Última noite do Diálogos da Contemporaneidade destaca decolonialização do pensamento científico

Por Andrés Esteban Esguerra Ochoa

Postado em 20/04/2023 14:14:26


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Lucas George Wendt

A última noite de palestras do XIII Simpósio Internacional Diálogos da Contemporaneidade foi realizada ontem, 19, no Teatro Univates, com o tema “(Re)existências a partir do conhecimento", que teve como conferencistas os professores Dra. Suze Piza e Dr. Alberto Acosta. 

O grupo Oxossi Brasil abriu o evento. O grupo de capoeira começou o evento no saguão do Teatro, demonstrando o esporte, a dança e as artes marciais - uma das expressões culturais do Brasil, especificamente da cultura afro-brasileira. Dentre aqueles que se apresentaram com o grupo havia pessoas de Lajeado, Porto Alegre e de outros lugares do Brasil. 

Andrés Esteban Esguerra Ochoa

O primeiro convidado da noite a palestrar foi o Dr. Alberto Acosta, economista e professor universitário do Equador, tendo atuado como Ministro de Energia e Minas e Presidente da Assembleia Constituinte do Equador. O pesquisador também foi candidato à Presidência da República do Equador. Participou da fundação do Instituto de Estudios Ecologistas del Tercer Mundo e do partido Alianza País. Conectado virtualmente, ele expressou seu desejo de estar presencialmente e suas saudades do Brasil. 

Acosta começou sua fala expressando preocupação com as problemáticas mundiais, como as guerras, as mudanças climáticas, enfatizando a destruição do planeta causada pela exploração desenfreada feita pelos seres humanos. Para ele, o crescimento permanente da economia é inviável porque para isso a humanidade precisaria de mais recursos para satisfazer a demanda do que aqueles que o Planeta Terra dispõe. Ao longo de sua fala, ele enfatizou a “Teoria do Bem Viver”, uma visão do mundo na qual os seres humanos têm como meta viver em harmonia com os seus iguais e com a natureza. 

Andrés Esteban Esguerra Ochoa

A segunda convidada a palestrar foi a Dra. Suze Piza, filósofa e professora de Filosofia na Universidade Federal do ABC (UFABC). Ela atua no Programa de Pós-Graduação em Filosofia e no Programa de Pós-Graduação em Economia Política Mundial. É doutora em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Entre os diversos temas que abordou, Suze dialogou com a plateia sobre como a colonialidade afeta a imaginação humana, sobre como a filosofia é usada no dia a dia sem que as pessoas se deem conta e sobre como é necessário acontecer uma descolonização epistêmica, ou seja, da produção do conhecimento científico. Em suas palavras: “Precisamos mudar a forma como o saber é produzido entre nós, pensar em como produzimos conhecimento a partir do Sul Global e não repetir as mesmas fórmulas”. A pesquisadora também destacou a relevância da produção de conhecimento compartilhado. 

Andrés Esteban Esguerra Ochoa

Saiba mais

O evento Diálogos na Contemporaneidade, realizado a cada dois anos, tem como objetivo repensar a realidade contemporânea em suas relações com diversas áreas do conhecimento, com destaque para as ciências humanas, sociais e sociais aplicadas. Na edição de 2023, o evento busca discutir a importância das decolonialidades e seus impactos na produção científica, cultural, tecnológica e humanística. 

Além disso, visa a criar espaços de troca, manifestações artísticas e construção coletiva do saber, dialogando com diferentes áreas do conhecimento em torno das vozes, territórios e existências que compõem a diversidade. A professora doutora Kári Lúcia Forneck é a coordenadora-geral do evento em 2023, que já abordou temas como tecnociência, transculturalismo, busca pelo comum, entre outros assuntos, que contribuem para a formação de sujeitos críticos e atentos ao seu papel na sociedade. 

Se você perdeu o Diálogos, pode ler tudo sobre ele nas notícias desta semana: 

Neste link você pode acessar o resumo da primeira noite do Diálogos, com Rita Von Hunty.

Neste link você pode acessar o resumo da segunda noite do Diálogos.

O tema da 8ª edição do Diálogos é “Decolonialidades: vozes, territórios e existências”. Ao todo, o evento contou com mais de 3,5 mil inscrições em diferentes atividades. 

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