A última noite de palestras do XIII Simpósio Internacional Diálogos da Contemporaneidade foi realizada ontem, 19, no Teatro Univates, com o tema (Re)existências a partir do conhecimento", que teve como conferencistas os professores Dra. Suze Piza e Dr. Alberto Acosta.
O grupo Oxossi Brasil abriu o evento. O grupo de capoeira começou o evento no saguão do Teatro, demonstrando o esporte, a dança e as artes marciais - uma das expressões culturais do Brasil, especificamente da cultura afro-brasileira. Dentre aqueles que se apresentaram com o grupo havia pessoas de Lajeado, Porto Alegre e de outros lugares do Brasil.
O primeiro convidado da noite a palestrar foi o Dr. Alberto Acosta, economista e professor universitário do Equador, tendo atuado como Ministro de Energia e Minas e Presidente da Assembleia Constituinte do Equador. O pesquisador também foi candidato à Presidência da República do Equador. Participou da fundação do Instituto de Estudios Ecologistas del Tercer Mundo e do partido Alianza País. Conectado virtualmente, ele expressou seu desejo de estar presencialmente e suas saudades do Brasil.
Acosta começou sua fala expressando preocupação com as problemáticas mundiais, como as guerras, as mudanças climáticas, enfatizando a destruição do planeta causada pela exploração desenfreada feita pelos seres humanos. Para ele, o crescimento permanente da economia é inviável porque para isso a humanidade precisaria de mais recursos para satisfazer a demanda do que aqueles que o Planeta Terra dispõe. Ao longo de sua fala, ele enfatizou a Teoria do Bem Viver, uma visão do mundo na qual os seres humanos têm como meta viver em harmonia com os seus iguais e com a natureza.
A segunda convidada a palestrar foi a Dra. Suze Piza, filósofa e professora de Filosofia na Universidade Federal do ABC (UFABC). Ela atua no Programa de Pós-Graduação em Filosofia e no Programa de Pós-Graduação em Economia Política Mundial. É doutora em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Entre os diversos temas que abordou, Suze dialogou com a plateia sobre como a colonialidade afeta a imaginação humana, sobre como a filosofia é usada no dia a dia sem que as pessoas se deem conta e sobre como é necessário acontecer uma descolonização epistêmica, ou seja, da produção do conhecimento científico. Em suas palavras: Precisamos mudar a forma como o saber é produzido entre nós, pensar em como produzimos conhecimento a partir do Sul Global e não repetir as mesmas fórmulas. A pesquisadora também destacou a relevância da produção de conhecimento compartilhado.
Saiba mais
O evento Diálogos na Contemporaneidade, realizado a cada dois anos, tem como objetivo repensar a realidade contemporânea em suas relações com diversas áreas do conhecimento, com destaque para as ciências humanas, sociais e sociais aplicadas. Na edição de 2023, o evento busca discutir a importância das decolonialidades e seus impactos na produção científica, cultural, tecnológica e humanística.
Além disso, visa a criar espaços de troca, manifestações artísticas e construção coletiva do saber, dialogando com diferentes áreas do conhecimento em torno das vozes, territórios e existências que compõem a diversidade. A professora doutora Kári Lúcia Forneck é a coordenadora-geral do evento em 2023, que já abordou temas como tecnociência, transculturalismo, busca pelo comum, entre outros assuntos, que contribuem para a formação de sujeitos críticos e atentos ao seu papel na sociedade.
Se você perdeu o Diálogos, pode ler tudo sobre ele nas notícias desta semana:
Neste link você pode acessar o resumo da primeira noite do Diálogos, com Rita Von Hunty.
Neste link você pode acessar o resumo da segunda noite do Diálogos.
O tema da 8ª edição do Diálogos é Decolonialidades: vozes, territórios e existências. Ao todo, o evento contou com mais de 3,5 mil inscrições em diferentes atividades.