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Acadêmicos dos cursos de licenciatura da Univates realizam intervenção com turmas da EJA em Lajeado

Postado as 14/11/2022 15:40:12

Por Lucas George Wendt

Estudantes dos cursos de licenciatura da Universidade do Vale do Taquari - Univates, matriculados no componente curricular extensionista Veredas da Linguagem, compartilhado entre os cursos de Letras e de Pedagogia, estão realizando intervenções com turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Serviço Social da Indústria (Sesi), em Lajeado. 

As ações extensionistas foram realizadas em três turnos (noites de aula presencial), nos dias 19/10, 26/10 e 09/11. O produto final dessas ações resultará na escrita de um dossiê pelos grupos de trabalho sobre as vivências extensionistas. 

Divulgação/Univates

É a primeira vez que esse componente está sendo ofertado, como parte das ações do Aula+, formato de graduação que a Universidade implementou em 2020. Os 14 estudantes matriculados neste semestre estão realizando uma ação que consiste em desenvolver jogos pedagógicos com os alunos da EJA. 

O objetivo desse componente é estimular que os estudantes da Univates elaborem ações ou projetos de extensão com foco na linguagem em suas múltiplas formas, a partir da identificação de demandas da comunidade regional, além de promover ações de impacto social com base na linguagem como forma de interação.

“Primeiramente, fomos em busca de uma comunidade-foco para o desenvolvimento das ações extensionistas. Escolhemos as turmas da EJA do Sesi Lajeado por elas terem demandas voltadas à área das linguagens”, explica a doutora Maristela Juchum, professora da disciplina. 

“Definida a comunidade-foco e firmada a parceria, nos reunimos com a equipe gestora da área de ensino para entendermos melhor como funcionam as aulas para as turmas de EJA. Feito isso, agendamos dois turnos para os estudantes da Univates conhecerem os alunos e alunas da Educação de Jovens e Adultos, assistirem a algumas aulas e conversarem com professores e alunos da EJA”, complementa a docente.  

“É importante ressaltar que, para a realização dos trabalhos, os acadêmicos se organizaram em três grupos de trabalho, tendo cada grupo ‘adotado’ uma das turmas da EJA noturnas”, destaca Maristela. As observações tinham por finalidade identificar uma situação-problema para planejar práticas pedagógicas na área das linguagens: leitura/escrita, oralidade e produção textual. 

Considerando que uma das necessidades identificadas tinha a ver com a pouca integração entre os alunos da EJA, visto que eles têm apenas um encontro semanal presencial, os acadêmicos planejaram dinâmicas e jogos diversos, contemplando a linguagem em suas múltiplas formas, para serem trabalhados com os alunos da EJA para atender a essa necessidade.

“Acredito que ações extensionistas como essas possibilitam que o estudante tenha vivências significativas para sua formação acadêmica e pessoal, pois, a partir do diálogo e do contato do acadêmico com a comunidade, ambas as partes se (re)constroem. Os componentes extensionistas, que integram o Aula+ dos cursos de graduação da Univates, oferecem ao estudante a possibilidade de, ainda na graduação, se tornar mais apto a compreender as necessidades da comunidade”, acrescenta a professora Maristela. 

 

Ponto de vista de quem participou

A estudante Camila Gräff participou das atividades. Ela é formanda do curso de Pedagogia e reside em Arroio do Meio. “Estar envolvida em atividades que promovam a educação é sempre gratificante, visto que todo dia são novos os desafios e motivos que me fazem sentir que escolhi a profissão certa. Também, participar da EJA é compreender que a educação muda as pessoas, como Paulo Freire dizia”, explica a estudante. 

Sobre a atividade desenvolvida, para a jovem, os pontos mais importantes são as experiências. “Aquelas experiências que podemos oferecer e que ficam para nós. Essas que nos fazem olhar para o mínimo, para o pequeno gesto, o pequeno avanço, como o ato mais importante, já que com passos pequenos chegamos longe”, descreve a acadêmica. Seu grupo propôs jogos que auxiliassem os jovens e adultos da EJA a compreender leis trabalhistas. “Enquanto a turma se integrava, buscando respeitar o outro, percebemos que há muito em comum nas histórias de todos”. 

A jovem também observa que todos os que estavam frequentando a EJA estão buscando seu título de escolaridade, pois precisam dele para melhorar sua condição de vida. “Cativou-me o modo como a turma nos recebeu, com receptividade e afetividade. Com certeza, participar da aplicação desses jogos foi importante, enquanto estudante e professora, para contribuir para minha formação, visto que a atuação de um pedagogo também se dá na Educação de Jovens e Adultos. Por fim, resta agradecer ao Sesi pela oportunidade e parceria e à professora Maristela, que deu início à proposta”, finaliza a estudante. 

Etiele Naiane Link, de Teutônia, estudante do curso de Letras - Português/Inglês, também participou da ação. “Foi uma experiência incrível ver como a prática com jogos é positiva na aprendizagem dos estudantes. O olhar para novas formas de ensinar, transformando a aula em lugar de interação conjunta de educadores e estudantes, é muito importante”, inicia ela. 

Ela explica que os jogos foram pensados considerando a realidade de cada estudante, como, por exemplo, jogos sobre as leis trabalhistas, pensando no contexto em que os estudantes estão inseridos, já que a maioria trabalha de forma integral; jogos para que eles se conhecessem melhor enquanto colegas; e, também, jogos com o objetivo de estimular a capacidade de interpretação e conhecimento de mundo.

“O que mais me deixou surpresa durante a realização deste trabalho foi o entusiasmo e a participação dos estudantes para com aquilo que foi proposto, e também a maneira aberta que eles receberam a nossa ideia e fizeram acontecer aquilo que propusemos. O projeto foi de suma importância para minha formação enquanto futura docente, comprovando que é possível trazer atividades diferentes para dentro do contexto de sala de aula. Nossas ações foram carregadas de aprendizagem e sentido, tanto para os estudantes quanto para mim e para minhas colegas de grupo”, finaliza Etiele.

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