Daiane Morgenstern é formanda do curso de Nutrição da Universidade do Vale do Taquari - Univates e participa, de forma voluntária, de um projeto voltado a pessoas com nanismo acondroplásico e a seus familiares e/ou cuidadores, desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF). O "Grupo de apoio à alimentação saudável de pessoas com nanismo" é coordenado pela nutricionista e professora da Faculdade de Nutrição da UFF Ursula Viana Bagni.
Daiane tem nanismo acondroplásico e conta que, desde que começou tratamento nutricional, percebeu que nenhum recurso indicado pelos profissionais funcionava para ela. A partir disso, iniciou uma busca sobre formas de se fazer avaliação nutricional e atendimento de pessoas com nanismo.
A iniciativa tem como principais objetivos a promoção da cultura de autocuidado e de hábitos alimentares saudáveis entre pessoas com nanismo, oportunizar a troca de saberes entre profissionais de saúde e pessoas com nanismo e aqueles que estão em seu entorno, além de promover a inclusão social e a equidade em saúde. Segundo a estudante, os encontros são virtuais, para participantes de todo o Brasil, e iniciaram em março deste ano.
A voluntária espera um dia produzir um material de referência para guiar os profissionais de saúde no tratamento nutricional de pessoas com nanismo, embora já exista uma referência criada pela coordenadora do projeto, Ursula Viana Bagni. Assim como me identifiquei, espero poder acolher com empatia e trazer sentido para outras pessoas com nanismo", ressalta.
Ainda que o projeto tenha iniciado há pouco tempo, Daiane destaca alguns aprendizados e a persistência dos integrantes. Cada um representa histórias de diferentes lugares do Brasil e, apesar das barreiras, da falta de conhecimento da sociedade e de muitos serviços e espaços públicos ainda não serem adaptados, é possível encontrar novas formas de viver. Ela lembra o lema das pessoas com deficiência: "Nada sobre nós sem nós". Para ela, a militância é que faz o mundo, ou o espaço em que está inserida, mudar.
A escolha pela carreira profissional
Daiane conta que faz acompanhamento nutricional para controle de sobrepeso desde a adolescência e que esse cuidado é de extrema importância no nanismo. No entanto, seguir a profissão de nutricionista não estava nos planos. Em 2016 chegou a ingressar no curso de Educação Física, bacharelado. Após algumas semanas de aula, identificou que gostava de esportes como lazer e não como uma possibilidade de profissão.
Foi então que ouviu os conselhos de pessoas próximas e iniciou o curso de Nutrição. Ao começar a estudar, percebeu que a maneira como é feita a avaliação do estado nutricional de um indivíduo não fazia sentido para si mesma. "A partir daí comecei minha incessante busca pela Nutrição para pessoas com nanismo".
Atualmente ela integra o Conselho Municipal da Saúde de Lajeado e também é membro do Diretório Acadêmico de Nutrição da Univates e da Liga de Medicina, Esporte e Nutrologia - Lamen da Univates.