A televisão faz parte da rotina de muitos brasileiros e os reality shows têm se tornado cada vez mais populares. Dos programas que confinam pessoas para competições de culinária até aqueles que incentivam disputas e relacionamentos, as temáticas variam bastante. Um dos pioneiros do gênero no Brasil foi o Big Brother Brasil (BBB), que teve sua edição de estreia em janeiro de 2002.
Ao longo dos anos, a dinâmica do programa mudou em alguns aspectos, adaptando-se aos comportamentos da própria audiência. Esse interesse em "espionar a vida dos confinados" foi o mote da pesquisa realizada pela estudante do curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Taquari - Univates Aline Adelaine Dartora no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), orientado pelo professor Marcus Vinícius Staudt e apresentado em junho deste ano.
O trabalho, intitulado "O Brasil tá vendo: análise do programa de entretenimento Big Brother Brasil pela perspectiva do telespectador lajedense", analisou os sete primeiros episódios da 22ª edição do programa, veiculada em janeiro de 2022, e avaliou como se dá o interesse dos telespectadores locais pelo programa. Aline também entrevistou Elmo Francfort, atual diretor do Museu da TV, Rádio & Cinema.
A estudante conta que não era uma espectadora assídua de reality shows, mas passou a acompanhar com mais frequência nos últimos anos. Quando chegou o momento de realizar o Trabalho de Conclusão de Curso I, conversou com o orientador sobre as possibilidades e decidiu abordar o Big Brother Brasil (BBB) para entender melhor o fenômeno televisivo de entretenimento.
No programa, os participantes são confinados em uma casa vigiada por câmeras 24 horas por dia. A privacidade das pessoas é exposta e o público é instigado a "espionar" cada vez mais. Aline também lembra que, durante a temporada, os jogadores ainda passam por provas que rendem prêmios e benefícios para a dinâmica do jogo. Ao final da edição, o vencedor escolhido em votação popular ganha R$ 1,5 milhão.
Em seu trabalho, Aline destacou a ascensão de personagens que, muitas vezes, são anônimos até participarem do programa. Na 21ª edição, a paraibana Juliette tornou-se um fenômeno e foi a vencedora, conquistando 90,15% de aprovação do público. "Chama a atenção também o papel do apresentador carismático que é o marco na programação do gênero entretenimento. Ele é quem conduz determinado programa e auxilia na garantia da audiência", observou.
Por meio de um questionário aplicado a moradores de Lajeado, Aline verificou que 75,5% dos respondentes que assistiam a algum reality show assistiam ao BBB. A estudante também concluiu que, mesmo após o encerramento do programa, alguns espectadores continuam acompanhando os participantes nas redes sociais. Esse comportamento ocorre devido a uma identificação do público com esses participantes. Entre os espectadores, quase 70% afirmam que assistem ao programa posteriormente em outra plataforma além da televisão.
"Se tratando de Big Brother Brasil, os participantes podem ser modelo ou não para o público dependendo de suas ações durante o programa. É notável, conforme resultado do questionário aplicado aos moradores de Lajeado, que quem se identifica com o confinado é devido a suas atitudes, posicionamentos e personalidade, o que leva o telespectador a se comparar com o participante", pontuou Aline.
Vestibular de Verão Univates
O curso de Jornalismo é um dos 26 cursos de graduação presenciais da Univates que estão com inscrições abertas para ingresso no primeiro semestre de 2023. Para participar do processo seletivo, o candidato deve preencher o formulário no site univates.br/vestibular ou realizar a inscrição pelo WhatsApp (51) 3714 7043.