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- Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos - Unsplash

Pesquisa identifica associação entre frequência de variação de um gene e maior ocorrência de problemas na próstata

Postado as 17/10/2022 17:15:45

Por Lucas George Wendt

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Uma pesquisa conduzida pela professora Gabriela Kniphoff da Silva Lawisch, da área de Ciências da Vida da Universidade do Vale do Taquari - Univates, avaliou polimorfismos ‒ variações genéticas ‒ envolvidos no processo de morte celular programada (apoptose), trazendo resultados importantes sobre o seu papel na patogênese do câncer de próstata e da hiperplasia prostática benigna. 

O principal resultado encontrado no estudo está relacionado com a maior frequência do genótipo CC, no gene FASL, em pacientes com câncer de próstata, apontando o genótipo FASL CC como um fator de risco para as patologias da próstata, aumentando a suscetibilidade para desenvolver essas duas doenças. Foram avaliadas amostras de 348 pessoas, sendo 123 pacientes com câncer de próstata, 143 pacientes com hiperplasia prostática e 82 indivíduos do grupo controle. 

O trabalho foi desenvolvido e publicado em uma parceria entre dois professores da Univates, cinco biomédicas formadas pela Instituição e dois professores pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A pesquisa também faz parte do doutorado da docente, que está sendo realizado no Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da Ufrgs. O artigo contendo os resultados da pesquisa foi publicado no periódico Molecular Biology Reports

Para entender a pesquisa

O câncer de próstata é uma doença com frequência alta na população, mas ainda difícil de diagnosticar de forma não invasiva, uma vez que muitos casos precisam de biópsia. Estudos como o desenvolvido pela professora Gabriela auxiliam na busca de possíveis marcadores que possam tornar o diagnóstico menos invasivo. Os marcadores genéticos estudados ajudaram a entender detalhes sobre a patogênese da doença, mas não mostraram potencial para serem utilizados como biomarcadores, então o próximo passo dos pesquisadores será buscar novos alvos para avaliação. 

No Brasil, o câncer de próstata é o câncer mais incidente entre os homens em todas as regiões do país, desconsiderando os tumores de pele do tipo não melanoma, e representa 29,2% dos casos de câncer entre os homens, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) para 2022. “Como estamos vivenciando um crescente envelhecimento da população, a tendência é termos um aumento na frequência de doenças relacionadas ao aumento da idade, como câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna”, explica a docente.

Considerando que o diagnóstico dessas doenças permanece um desafio atual, devido à baixa especificidade dos marcadores disponíveis, que resultam em sobrediagnóstico e sobretratamento, é importante a busca por biomarcadores que possam auxiliar no manejo da doença. 

Este foi o primeiro estudo a avaliar esses polimorfismos em uma população brasileira com câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna. A pesquisa aponta um possível fator de risco do genótipo FASL CC para as patologias da próstata, enquanto o genótipo BCL-2 CC pode atuar como um fator protetor. 

“Porém, estudos em outras populações são necessários para confirmar esses dados. Por isso é importante a realização desse tipo de estudo em diferentes populações, para podermos conhecer mais sobre a patologia da doença, identificarmos fatores genéticos envolvidos e, com isso, conseguir identificar possíveis biomarcadores que possam auxiliar no diagnóstico, prognóstico e tratamento”, complementa a doutoranda. 

“É gratificante poder contribuir para a construção do conhecimento, dentro do laboratório, além de atuar também no compartilhamento dele em sala de aula. Somente por meio da pesquisa científica podemos estudar e entender os mecanismos envolvidos em diversas doenças, para então possibilitar o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico, tratamentos, vacinas, entre outros”, finaliza Gabriela. 

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